O segundo embate da liga das ligas teve os seguintes jogadores em campo e respectivos seleccionadores:
Brancos:
- Quinta de Pinhanços Altitude 2009 --- Miguel Braga
- Domaine de Chevalier 2002 --- Isabel Braga
- Pascal Jolivet La Grande Cuvée 2001 --- Orlando Costa
- Louis Latour Sous-le-Puits 2003 --- João Romualdo
- Jean Boillot Puligny-Montrachet 2001 --- Jorge Silva
Pretos:
- Vega Sicilia Valbuena 5ª 1996 --- Alexandre Braga
- Quinta de Cabriz Escolha 2003 --- Hildérico Coutinho
Suaves:
- Châteaux d'Arche-Lafaurie Cuvée Madame 2001 --- Pedro Sousa
Antes de começar convém realçar que estas provas são semi-cegas, isto é, sabemos quais são os jogadores mas não sabemos qual é o que está a jogar...
Para acompanhar uma espetadinha de vieiras que estava bem boa tivemos os dois primeiros brancos e se o primeiro não deslumbrou, não deixava no entanto, de apresentar boas características como a fruta ácida e uma bela mineralidade que ligava bem com o marisco. Já o segundo apresentava notas de baunilha e tostados absolutamente divinais. Pena não ter profundidade. A idade ainda não é um problema, algo que não se pode dizer do terceiro vinho em prova, completamente caído e assim arranjámos um Cristo para vergastar...
Os dois últimos brancos foram outra cantiga e foram os melhores da noite com destaque para o Jean Boillot que ganhou a prova por uns claros 6-2, muito por causa do impacto inicial que o vinho tem na boca com todas as notas tostadas da madeira a imporem a sua lei. Eu e a Isabel preferimos o Latour que tinha um menor ataque de boca, mas tinha uma profundidade muito superior com uma discretíssima presença de madeira. Está para durar e promete.
Nos pretos o espanhol levou a melhor, também por 6-2, sendo que já não sei quem votou em quem (não sejam assim, era só o 6º e 7º vinho em prova). O meu jogador, acerca do qual tinha muita curiosidade, quanto mais não seja pelo preço, não me encantou apesar de não desmerecer e o Vega mostrou uma característica que tenho encontrado em muitos vinhos velhos espanhóis, mas que aqui estava elevado à décima potência, a acidez. De tal modo que eu só pensava na lampreia que tinha comido há um mês feita pelo irmão do Chef. Que bem que tinha ido. Assim o coelho, que foi o melhor da noite, no que à comida diz respeito lá se foi aguentando como pode ...
Para a sobremesa, veio aquele que apesar de não ter opositores, foi considerado o MVP, um paradoxo delicioso, já que o vinho tinha uns aromas a caramelo, mel, damascos compotados, pêssego maduro e umas notas químicas que associei a iodo e lhe davam uma prova de boca com uma doçura, persistência e profundidade fantásticas.
Já sabíamos que 2001 tinha sido um ano deslumbrante em Sauternes e este vinho, de um produtor para mim desconhecido, vem comprovar isso mesmo. GRANDE FINAL.
terça-feira, 5 de abril de 2011
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