sexta-feira, 27 de maio de 2011

Churrasquinho na Supertaça Europeia




O futebol de primeira grandeza está de volta com um grande embate entre duas das melhores equipas do mundo para ver quem acrescenta mais uma supertaça europeia ao seu palmarés e nós vamos torcer para que seja o FC Porto. Não fazemos no entanto descriminação e quem quiser vir torcer pelo Barcelona será bem-vindo.

Iremos continuar com o que tão bem tem corrido, um churrasquinho à moda do Brasil para colorir mais uma noite onde esperamos ver brilhar o homem-verde.

Por 10,00€ por pessoa sem bebidas mas com muita comida e boa disposição. Irão haver belíssima caipirinhas a 2,50€ para aliviar os espíritos mais torturados ...

Abriremos portas às 19h30 de sexta-feira dia 26 de Agosto para irmos criando ambiente.

Juntem-se a nós para fazer a festa!!!

P.S. A inscrição prévia é absolutamente aconselhável.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

IVY LEAGUE - DIA 6 - A CRÓNICA



Aqui vai o menu para aquela que promete ser a melhor das noites até agora vivenciadas e com uma parrilhada de marisco que promete ser homérica:

Recepção do Chef

Parrilhada de marisco
( sapateiras, sapateiras recheadas, camarão, percebes, ostras e mexilhão)

Arroz de mexilhão com espetada de vieiras

Sopa de frutos vermelhos

Data: 2 de Junho de 2011
Hora: 20h00
Preço: 55,00€

Confesso que parti para este dia cheio de reservas, pois tinha sido convidado e tinha aceite ser juri do concurso de vinhos do Douro e Porto. Grande dia que consegui acabar, surpreendentemente, num estado perfeitamente sóbrio...
E não é que foi mesmo a melhor mariscada que tive a oportunidade de comer e que teria sido perfeita se os percebes fossem understands ...
É claro que para essa perfeição muito contribuiu o líquido que a acompanhou. Nada de muito especial dirão uns poucos eleitos, mas que para o comum dos mortais é algo que só acontece em sonhos. Vejam a listinha de jogadores pela ordem em que jogaram e respectivos seleccionadores:

Moët & Chandon Grand Vintage 2003 - André Antunes
Deutz Brut Classic - Jorge Sousa (será possível????)
Gosset Celebris Vintage 1998 - Isabel Braga
Bollinger R.D. 1996 - Miguel Braga
Louis Roederer Cristal 2000 - Alexandre Braga
Deutz Blanc de Blancs 1998 - Hildérico Coutinho
Cuvée William Deutz 1998 - Orlando Costa (amigo do peito!!!)
Bollinger La Grande Année 1999 - Jorge Silva

Convém, antes de falar dos dois primeiros champanhes que a questão não se coloca tanto com a qualidade de cada um deles mas mais com a qualidade dos restantes. De facto, destes dois, o que de facto decepcionou foi o Moët por não se tratar do normal, que desse nós não esperávamos o céu, mas de um vintage esperávamos que a maior casa de champanhe não deixasse os créditos por mãos alheias. Afinal ...
Bom, depois começaram as coisas sérias e o Gosset mostrou-se num excelente momento de forma assim como o William Deutz, elegantes e distintos, do melhor que tenho bebido.
A surpresa para mim foi ter confundido a mousse do Cristal, famoso exactamente pela grande qualidade da sua mousse, com a do William Deutz que estava soberba.
Mas tanto o Cristal como o Deutz Blanc de Blancs ainda têm muito para atingir o seu melhor.
Foi, no entanto o champanhe do James Bond que levou a palma de ouro com o La Grande Année
já que o RD prometia mas ficou aquém.
Acertar nos vinhos que estavamos a beber foi outra vez a confirmação da desgraça habitual. O melhor conseguiu dois acertos...
Para decidirmos o vencedor fizemos uma votação diferente. Cada um escolheu os três melhores e assim demos 3 pontos ao melhor, 2 ao segundo e 1 ao último de cada. O resultado final foi o seguinte:
1º La Grande Année - 19 pontos
2ºs Ex aequo - Gosset e William Deutz - 11 pontos
3º Cristal - 7 pontos
Os restantes ficaram todos na mesma - 0 pontos, mas londe de serem zeros à esquerda.
Magnífica noite que esperamos repetir para o ano, já que a próxima Ivy League, dia 15, vai voltar aos parâmetros habituais.





quinta-feira, 19 de maio de 2011

JANTAR ENOGASTRONÓMICO COM AS BODEGAS MARTINEZ PAYVA

ENTRADA
Espetada de vieiras com tártaro de tomate
Payva Cayetana Blanca 2010

DO MAR
Pudim de corvina com juliana de curgete e puré de mirtilos
Payva Brut Nature
Payva Cosecha Tinto 2010

DE CAÇA
Veado com estufado de cogumelos e arroz selvagem
Payva Seleccion Tinto 2006
Payva 56 barricas Tinto 2007

SOBREMESA
Abacaxi grelhado com espuma de iogurte
Payva Moscatel 2010

Preço: 30,00€
Hora: 20h30
Data: 26 de Maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

IVY LEAGUE - DIA 5 - A Crónica

Pois comecemos, mais uma vez, por apresentar os concorrentes e respectivos seleccionadores:

- Andresen 20 Years White Port -- Alexandre Braga
- Alphonse Mellot Edmond 2000 (Sancerre) -- Isabel Braga
- Villa Maria Graham Vineyard Sauvignon Blanc 2008 (Nova Zelândia) -- Orlando Costa
- Quinta Vale D. Maria 2007 (Douro) -- Hildérico Coutinho
- San Román 2006 (Toro) -- André Antunes
- Quinta da Leda Touriga Nacional 1997 (Douro) -- Jorge Silva
- Bastardinho de Azeitão 30 Anos -- Pedro Sousa

Prova bastante ecléctica e de boa qualidade, com a vitória a pertencer claramente e unanimemente a um vinho que infelizmente desapareceu, ou quase, do panorama vínico nacional. Falo, claro está, do Bastardinho de Azeitão que com os seus 30 anos se mostrou complexo, potente, doce, mineral e com uma acidez que lhe prolongava o final de uma forma notável, exactamente como uma boa trintona ... (eu deveria dizer, para não correr riscos desnecessários, quarentona, mas aqui não se coadunava bem e além do mais, estas últimas já perderam felizmente um pouco dessa acidez ... e posso garantir que não perdem mais nada ... boa esta última tirada para salvar o pêlo, hem???)

Acompanhar um ceviche não é tarefa fácil e de facto nem o Porto nem o primeiro Sauvignon Blanc se aguentou à bronca, mas a maioria preferiu, ainda assim o Porto, que precisaria ainda de mais alguma doçura para fazer frente àquela acidez toda.
Estes vinhos neozelandeses quando vêm com indicação de serem especiais aparecem "sempre" com uma componente vegetal mais evidente, sendo que ainda por cima, como são habitualmente mais ácidos, torna por vezes, para mim, a prova difícil, por tanta erva andar por ali a passear-se ...
Desta vez não houve duvidas nos tintos que estavam a ser servidos e só foi pena o meu assessor ter escolhido a ordem inversa à que deveria ter escolhido para servir os tintos. O Leda acabou por ser massacrado, mas o Jorge também merece, graças a isso. Notável a elegância e força dos outros dois tintos com vitória do duriense por pequena margem. Curioso ninguém ter trocado estes dois quando eu pensava ser fácil essa confusão ocorrer... é por nunca termos certezas que este mundo do vinho é tão fascinante.

Entrada

Ceviche de pescada

Do Mar
Folhado de gambas e ervilhas

Do Campo
Nispo estufado com risotto de cogumelos shiitake

Sobremesa
Zabaione de limão com frutos vermelhos e telha de bolacha

Preço: 27,50 €
Hora: 20h00

segunda-feira, 2 de maio de 2011

IVY LEAGUE - DIA 4 - A crónica



Pois é meus amigos, esta foi uma jornada para fazer esquecer o leve desaire que foi a anterior, e tão doce foi esse esquecimento...
Os jogadores em prova e respectivos seleccionadores pela ordem de serviço:

Inniskillin Oak Vidal 2006 (Canadá) ---- Isabel Braga
Porto Colheita 1974 ---- Luís Império (um grande jogador traz sempre uma extra!!!)
Paul Blanck Pinot Auxerrois 2002 (Alsácia) ---- Pedro Sousa
Bohrmann Meursault "Meix Chavaux" 2005 (Borgonha) ---- André Antunes
Vértice Tinto 2003 (Douro) ---- Luís Império
Montes Alpha Cabernet Sauvignon 1998 (Chile) --- Hildérico Coutinho
Quinta do Crasto Reserva Tinto Vinhas Velhas 2006 (Douro) ---- Orlando Costa
Quinta de La Rosa Reserva Tinto 2001 (Douro) ------ Alexandra Amorim
Royal Tokaji Nyulászó 6 Puttonyos 1996 (Hungria) ----- Alexandre Braga

Aquando da elaboração deste menu, fiquei com a sensação de que a melhor combinação com a entrada poderia ser um vintage velho, por ter força e doçura para o paté e fruta para casar com os frutos vermelhos. Depois desta prova, onde experimentámos um belíssimo Ice Wine com estágio em madeira que atropelava o prato e de um tawny que sendo de 1974, primeira colheita na liberdade, foi engarrafado apenas 9 anos depois em 1983 (o FMI, lembram-se?) e por isso ainda tinha resquícios de fruta vermelha que não sendo o ideal era uma melhor combinação e veio dar mais força à minha suspeita, o vintage velho é que era ...
Desta vez o Pedro resolveu facilitar e foi atropelado pelo Borgonha do André que se mostrou num bom nível, com gordura, doçura e acidez num equilíbrio digno de registo.
Nos tintos, e apesar desta vez só serem quatro, mostrou o quão difícil é a arte de descobrir quais os vinhos que se estão a beber em prova cega. O melhor que se conseguiu foram dois acertos e houve mesmo dois zeros!!! A mim o que me doeu foi ter dito que o melhor La Rosa que tinha bebido era daquele ano e não o ter descoberto na prova, pois não pensei que seria claramente o melhor vinho da prova com votação unânime. É que não se notavam de todo os 10 anos de vida desse vinho, com uma força notável e fruta ainda bem evidente. Muito bem Alexandra...
Para o fim ficou o melhor vinho da noite, eleito por unanimidade e aclamação, pois não só aguentou esta versão light do Abade de Priscos como o suplantou graças à qualidade única destes vinhos de príncipes e imperadores. Percebe-se porquê!

Entrada
Paté de bloc de foie com canelloni de queijo e frutos vermelhos
Do Mar
Lagosta bebé suada com salada russa fria
Do Campo
Esmagado de favas tenras em vagem com cozido de enchidos e carnes de porco
Sobremesa
Pudim abade de Priscos
Preço: 30,00
Hora: 20h00

domingo, 1 de maio de 2011

Homenagem a David Lopes Ramos

Gostaria de saber compor uma elegia ao David Lopes Ramos, mas falta-me categoria e conhecimento. Fico-me pois por esta simples mas sincera homenagem ao crítico de gastronomia que em conjunto com o seu amigo José Quitério mais apreciava. Não é por acaso que aqueles que são bons se juntam assim como também não é por acaso que os maus funcionam como matilhas …

David Lopes Ramos exercia uma das mais detestadas profissões pois ser crítico não é de todo fácil, mas este homem que tinha coragem para por em sentido alguns dos mais sonantes nomes da cozinha portuguesa conseguia o prodígio de ser apreciado pelos leitores, mas também pelos empresários e pelos cozinheiros. Este prodígio só foi possível graças a uma hábil utilização da “colher de pau” para zurzir nos pretensiosos, pois foi a um Chef de nome sonante que eu vi a maior “sova” que lhe vi aplicar, mas sobretudo de uma elegante forma de ir criticando o que estava mal ensinando e sugerindo sensatas alterações.

É claro que o que foi dito atrás não seria possível se, antes de mais, ele não fosse admirado pelo conhecimento que possuía que obrigava os seus poucos adversários a reconhecerem a sua categoria, de tal modo que como alguém disse, parecia fácil falar sobre gastronomia, mas acreditem que não é e infelizmente não vislumbro sucessores à altura.

Tive possibilidade de privar com ele umas poucas horas no dia em que tive o privilégio e o entrevistar para a Rádio Clube Português, algo só possível por ser na rádio pois se fosse na televisão ele teria rejeitado, para assim poder ir fazendo as suas visitas aos restaurantes o mais incógnito possível, situação que já não era fácil, por ser tão conhecido. Mesmo assim e como manda a ética, ele não facilitava e ou reservava com outro nome ou pedia alguém para reservar por ele, já que ele raramente almoçava ou jantava sozinho. É possível trabalhar e ter prazer, quanto mais não fosse o dos amigos que ele tinha um pouco por toda a parte e só com esse prazer se pode executar bem a tarefa tão ingrata que tinha.

A minha maior pena foi a de não lhe ter podido dar uns momentos prazenteiros no meu restaurante por a morte o ter levado antes lá ter ido, algo que tenho a certeza iria acontecer, mais dia, menos dia. Fico triste por isso também e mais ainda por não mais estar na sua agradável companhia, com as histórias fascinantes que tinha para contar e que eu gostava tanto de ouvir.

Felizmente deixou para trás algum do seu conhecimento em variadíssimos escritos que sempre me servirão de consolo para esta perda imensa para a gastronomia portuguesa.

Um grande bem-haja David Lopes Ramos por uma vida tão cheia de significado.

Hildérico Coutinho

Detentor do 2º e 3º Nível do WSET (Wine and Spirits Education Trust)

www.galeriadevinhos.com

Quo Vadis? Enoteca e Cozinha Mediterrânica (Matosinhos)

http://qvquovadis.blogspot.com/