Markus Molitor Zeltinger Sonnenuhr Auslese Riesling Trocken 1999 (Mosel) – Alexandre Braga
Château Rieussec 1989 (Sauternes) – Jogador 1 do Miguel Braga
Château Suduiraut 1989 (Sauternes) – Jogador 2 do Miguel Braga
Martín Códax Gallaecia Albariño Vendimia Serodia 2004 (Rias Baixas) – Luís Pereira
Louis Latour Perrières Premier Cru 2007 (Meursault) – Jogador 1 da Isabel Braga
Yves Boyer-Martenot Charmes Premier Cru 2001 (Meursault) – Orlando Costa
Luís Pato Vinha Formal Branco 2003 (Beiras) – Pedro Sousa
Saint Clair Pioneer Block 5 Pinot Noir 2007 (Marlbourough) – Hildérico Coutinho
Kracher Traminer Nummer 1 Trockenbeerenauslese 2000 (Burgenland) – André Antunes
Falesco Pomele 2002 (Lazio) – Jogador 2 da Isabel Braga
MENU
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Carpaccio de espadarte com vinagreta de pimentos e curgete
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Foie gras com banana caramelizada e puré doce de marmelo
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Magret de pato com crepe de alecrim e açafrão, gelado de citrinos e verduras, legumes estufados
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Tarte de amêndoa com morango em caramelo de laranja
É claro que um menu destes só poderia desencadear esta sequência de brancos, não fora um gesto de ousadia da minha parte, na verdade, mais para saber como se como se encontra o vinho do que acreditando numa maridagem de excelência … Apesar disso, o seu 6º lugar geral não se deve apenas ao valor do vinho, mas também à boa harmonização conseguida e eventualmente, beneficiando de algum cansaço de vinho branco por parte dos provadores, mas a nota mais agradável para mim foi ter conseguido ouvir palavras elogiosas a um Pinot Noir da boca do Alexandre. Que bem que soube! É que este é de facto um dos melhores Pinot que encontrei até hoje fora da Borgonha e com um preço bem mais simpático. Ainda se encontra muito novo, na linha dos seus congéneres franceses, que com esta idade são geralmente umas crianças.
Desta vez, e por acharmos ser ridículo tentar adivinhar qual era qual dos Sauternes envolvidos, apenas fizemos prova cega dos três brancos que se poderiam confundir, os dois Meursault e o Bairrada, mas afinal apenas um dos comensais se baralhou, isto apesar do branco nacional ser melhor que os que qualquer dos franceses para seis de nós e de ter ganho confortavelmente em termos gerais com um 3º lugar, contra um 7º lugar do Latour, que estava muito novo, e o 10º do Boyer-Martenot que apesar de suscitar muitas expectativas se ficou por isso mesmo, apresentando-se cansado, com aromas metálicos ferrosos e sem grande persistência. Será que tenho azar ou é mesmo habitual um Meursault com 10 anos estar passado? E neste caso até estamos a falar de um Premier Cru … Alguém mais experiente nos pode ajudar a responder?
Em nono lugar ficou um vinho que me agrada particularmente, um vinho 100% Alvarinho, do lado de lá da fronteira, colheita tardia mas seco, com alguma podridão nobre e que apenas é produzido duas a três vezes em cada década, exactamente nos anos em que a tal podridão é conseguida. Gosto do vinho por ser melado, com frutos secos a alguma fruta tropical, apesar de lhe faltar alguma acidez, que lhe daria maior frescura e final de boca.
Em oitavo, ficou um vinho de mais uma casta que poderemos colocar nos nossos currículos, trata-se da casta Aleatico, alegadamente vinda da Grécia e se tem vindo há já uns séculos a adaptar ao clima e aos terrenos em redor do lago Bolsena a norte de Roma. É um vinho interessante e agradável para quem nunca provou um vinho tinto colheita tardia, mas como já tive oportunidade de provar algumas coisas que os espanhóis fazem com a Garnacha ou Grenache Noir se quisermos ser mais rigorosos, não posso deixar de o catalogar simplesmente como simpático!
Em quinto lugar ficou o Riesling, aquela casta que é muito provavelmente a preferida deste grupo, mas que desta vez e apesar dos seus simpáticos 10 anos, se quedou nesta posição. Creio que tal se ficou a dever a um final de boca mediano e à falta de melados que atenuassem a presença bem notória dos aromas e sabores petrolados.
No quarto, que não me importava fosse o de minha casa, ficou o outro branco doce desta jornada, um Kracher da linha Nouvelle Vague e mais uma casta para colocarmos no peito, uma casta cujo nome sugere ter a ver com a Gewürztraminer, que é aliás o nome utilizado em muitos dos países do novo mundo para a ela se referirem. Não é o caso desta vez, pois esta é uma variante da Gewürtz, menos exuberante e mais pálida que esta, que para alguns significa menos enjoativa. Este exemplar mostrou-se bom mas não o suficiente para ofuscar os vinhos da noite, um par de 1989 vindos da doce região de Bordéus, Sauternes, de duas casas com a classificação de Premier Cru e simultaneamente das mais conceituadas da região, que produzem com alguma frequência vinhos de qualidade superior ao grande ícone da região, o Château d’Yquem, que fica aliás em frente ao Rieussec. Neste embate de titãs a vitória tangencial ficou para Suduiraut, mas estou convencido que isso apenas aconteceu por todos acharmos que o vinho ainda tem muitas pernas para andar, ao contrário do Rieussec que se mostrou já algo cansado, mas mostrando também uma complexidade que o outro não tinha, sendo pois para mim o vinho da noite. Que bom seria provar este Suduiraut daqui a 10 anos… Qui sapit?
Abertas as inscrições para a próxima jornada:
Data: 19 de Dezembro de 2011
Hora:20h30