Jogador
|
Selecionador
|
Classificação
|
Sauternes
2009
|
António
Octávio
|
4º
|
Paul Blanck
Furstentum Riesling 1999
|
Isabel
Braga
|
2º
|
Paul Blanck Altenbourg
Vendages Tardives Pinot Gris 1998
|
Hildérico
Coutinho
|
1º
|
Luís Pato
Vinhas Velhas Branco 1995
|
Luís Castanheira
|
2º
|
Quinta dos
Roques Encruzado 2001
|
Alexandra
Amorim
|
7º
|
Montes
Alpha Syrah 2002
|
Francisco
Rodrigues
|
9º
|
Quinta da
Carolina Tinto 2006
|
Ana
Rodrigues
|
8º
|
Quinta do
Crasto Vinhas Velhas 2009
|
Maria
Manuel
|
5º
|
Taylor's
Tawny 30 Anos
|
Susana Teixeira
|
6º
|
Esta terá sido
certamente a primeira jornada em que acabámos por ter mais treinadores que
jogadores, isto porque um dos jogadores selecionados estava afinal com uma
gripe tal que nos embotava o nariz e que o povo conhece por TCA. E que pena foi,
pois este jogador vinha da Áustria e tinha sido colhido tardiamente… Devia ser
um latagão!
A jornada teve
também um número anormal de participantes, mas eu não podia deixar de conhecer
um amigo de um grande amigo que por sinal está em Luanda e creio que ninguém se
terá arrependido destes dois participantes extra, pois não só o vinho não
faltou graças ao comedimento das senhoras, que desta vez estavam em paridade
(quotas para quê?) e porque, ainda assim, tivemos a oportunidade de degustar 9
vinhos num mui agradável serão com boa comida e disposição.
Antes de falar da
prestação dos jogadores queria realçar os três pratos que me pareceram ser os
mais aplaudidos:
- Filetes de cavala
em “banho de imersão” de azeite! Na minha opinião pecavam pelo excesso de
gordura do peixe e do azeite. Eu teria colocado aqui algum elemento que
tornasse menos pesado este prato, como um tomate confitado ou uma “cebolada” de
pimentos com um bom vinagre que acidificasse a coisa.
- Lampreia em
conserva feita pelo João Bahut, cozinheiro e estudioso de receituário antigo, a
acarinhar e aplaudir e isso só se faz indo lá!
- Congro
ensopado como se faz em Bragança. O melhor da noite com um molho fricassé
absolutamente divinal em elegância e sabor. A repetir!
Utilizarei a ordem
de serviço e começarei pelo Sauternes, que sendo uma novidade para alguns
acabou beneficiado por isso. Este é um vinho que eu não consigo perceber por
quem é feito. Penso que poderá ser feito por uma cooperativa, mas não sei e
gostaria que alguém me ajudasse. Eu já tinha bebido outras colheitas deste
vinho e esta foi a única que me impressionou e que me leva a crer que este ano
poderá ser outro ano de excelência. Fui investigar e de fato, é isso que dizem
os críticos, apontando este como o sucessor direto da fantástica colheita de
2001. Aconselho-vos pois a experimentarem um Sauternes ou um Barsac, região
limítrofe de características semelhantes, de 2009 de alguns dos grandes produtores
normalmente reconhecidos através da classificação premier cru.
O segundo vinho foi
uma surpresa ainda maior para alguns dos participantes, não tanto por não
conhecerem a casta Riesling, mas mais por nunca a terem bebido com uns anos
valentes em cima. E que bem que lhe fica
a idade, fazendo com que este vinho que é seco e com notas petroladas pareça
adocicado graças às notas de frutos secos, frutos de caroço desidratados e mel.
Uma delícia e esta foi das melhores que bebi desta colheita, que este vinho já
está naquela idade em que a qualidade depende imenso da garrafa que se abre.
Sorte a nossa.
Se há alguma região
que origina Pinot Gris voluptuosos, densos, geniais, essa é sem sombra de
dúvida a Alsácia. Se a isso somarmos umas uvas colhidas mais tarde e um dos
produtores mais aclamados da região facilmente percebemos que o resultado só
poderia ser este, um vinho profundo, com doçura qb e que, diga-se em abono da
verdade, muito o beneficiou na votação, elegante, pouco ácido mas o suficiente para
não o deixar ser enjoativo. Foi considerado o melhor da noite por 3, enquanto o
anterior o tinha sido por 4, mas votações médias mais altas levam-no ao lugar
mais elevado do pódio.
O Luís trouxe um
vinho que tinha estranhado na primeira vez que o bebeu, mas tal como a
coca-cola, entranhou-se. Pelo resultado conseguido, que muito me surpreendeu,
já não estranha tanto assim. Um vinho bairrada típico, com toda aquela
mineralidade e sabor de barro típico da região bem controlado pelos aromas
típicos de um vinho velho. 17 anos não é nada para alguns brancos desta região,
mas este está no limite. A beber enquanto dá imenso prazer.
Depois veio outro
branco velho, desta vez do Dão, de uma das minhas castas preferidas, o
Encruzado, mas ele foi prejudicado por ter sido servido depois do bairradino,
que de tão potente fez este parecer água, boa sem dúvida, mas água!
Vieram depois os
tintos, com um Syrah, de um produtor que adoro, mas neste caso abalado pelos 10
anitos de vida. Está magro e apenas ficaram as notas apimentadas da casta, que
sem a doçura da fruta o torna difícil para a maioria.
O Quinta da
Carolina foi para mim o menos interessante e a verdade é que não ficou na
memória de ninguém.
E só em 5º lugar na
classificação os tintos aparecem, com o Crasto Vinhas Velhas 2009 na frente
deste pelotão, graças sem dúvida às notas de frutos negros doces e algumas
notas florais, certamente da Touriga, taninos suaves e bom corpo. Agradou mas
apenas encantou um dos convivas que o considerou o melhor da noite.
Em 6º lugar na
classificação geral e uma verdadeira surpresa para mim, ficou o tawny da Taylor’s
que usualmente mais me agrada, o 30 anos. Para mim e mesmo não lhe reconhecendo
o valor de outrora, foi o melhor da noite.