A CRÓNICA:
Em mais um dia de prazer absoluto, seja pelos vinhos como pela comida e companhia, comecemos por identificar os jogadores em causa pela ordem da fotografia, da esquerda para a direita, que foi a mesma do consumo, assim como os respectivos seleccionadores e a respectiva classificação, que graças a uma nova forma de os classificar, podem agora ser classificados até ao último lugar, cuja honra coube ao nosso amigo João:
Cava Juvé y Camps Brut Nature Gran Reserva 2007 - Extra do Alexandre Braga
Weingut Wittmann Aulerde Riesling Trocken 2007 (Rheinhessen) - Alexandre Braga (3º)
Remelluri Blanco 2005 (Rioja) - André Antunes (6º)
Laroche Petit Chablis 2004 (Bourgogne) - João Romualdo (8º)
Louis Latour Meursault 2007 (Bourgogne) - Miguel Braga (5º)
Alphonse Mellot Edmond 2000 (Sancerre) - Pedro Mota (7º)
Paul Blanck Furstentum Gewurztraminer Vendages Tardives 1998 (Alsace) - Jorge Silva (1º)
Paul Blanck Mambourg Gewurztraminer 2002 (Alsace) - Hildérico Coutinho (2º)
Frimas Ice Cider 2005 (Canadá) - Isabel Braga (3º)
Estes extras já se estão a tornar numa tradição e este, não deslumbrando, também não desagradou.
Para acompanhar a entrada que estava deliciosa, arrancámos em grande estilo com um Riesling de uma vinha especial, como são aliás muitas das deste país, que talvez como nenhum outro, valoriza a exposição solar e isso justifica a elevação destes locais a lugares sagrados. Os aromas a fruta que caracterizavam este vinho no seu nascimento, com destaque para o ananás, desapareceram, agora que está na adolescência, e deram lugar aos aromas petrolados, tão característicos desta casta, falta-lhe contudo mais complexidade e os melados que lhe trarão uma maior sensação de doçura. Daqui a 10 anos, quando espero beber uma com o Pedro Mota, estará certamente melhor.
Para o tubarão, que não percebo porque é tão pouco consumido pelos portugueses, vieram em prova cega os três vinhos mais encorpados e com estágio em madeira. Todos de regiões famosas, sendo que a espanhola é famosa é pelos seus tintos. Por incrível que vos possa parecer, os franceses estiveram a milímetros de serem enxovalhados pelo espanholito e só não o foram porque o Miguel considerou o Meursault como o melhor da noite. Nada suspeito portanto! Na verdade, para mim o melhor destes três foi mesmo o Remelluri, elaborado essencialmente com castas oriundas do vale do Ródano, que apresentou, ao contrário do que todos esperávamos, uma boa, elegante e discreta integração dos aromas das barricas de carvalho.
Com o caril apresentaram-se os restantes vinhos e começámos e bem pelo mais discreto, aliás demasiado discreto para um Sancerre, que no entanto e apesar dos seus 11 anos se apresentou perfeitamente são. No entanto o céu chegou com os Gewürztraminer que por incrível que possa parecer a muita gente que não aprecia esta exuberante casta, não deram a mínima hipótese aos restantes, ficando em primeiro e segundo lugar, sendo que o vencedor muito o deve ao facto de ser uma vindima tardia. Notável vinho que foi considerado o melhor por metade dos convivas e a pior nota foi um 4º lugar. Tive assim de me curvar, a custo, que a idade não perdoa, perante a qualidade do vinho que meu amigo Jorge Silva trouxe. Parabéns!
Para a sobremesa ficou algo que não é vinho mas que substitui com vantagem muitos e muitos colheitas tardias que existem um pouco por todo o mundo. Esta cidra que é produzida usando a mesma lógica dos Ice Wines, está de facto muito próxima dos melhores colheitas tardias, faltando-lhe porventura um final um pouco mais prolongado, que teria se tivesse maior acidez. Notável no entanto a componente aromática, com a maçã a dominar, mas a apresentar também aromas melados e a frutas doces como o pêssego em calda. Gostámos de ter sido iniciados!
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Tártaro de carapau
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Discos de polenta verde com estufado de cação
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Caril de borrego com fruta e arroz basmati
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Sanduíche doce de manga e morango com espuma de iogurte
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Data: 27 de Julho de 2011
Hora: 20h00
Preço: 30,00€
Hildérico Coutinho