sexta-feira, 27 de abril de 2012


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ivy League - O Dia XXV - A crónica & Um desabafo



Era prevista a presença da Ivone Ribeiro nesta jornada, que se justificava plenamente não só por todas as provas que já nos possibilitou, tanto na Vinho e Coisas como na Wine O’Clock, mas também por estar de saída e a abraçar um novo projeto, desta vez numa grande distribuidora nacional que me parece estar a tentar abordar o mercado de uma forma diferente. Assim espero pois se há algo que continua mal na restauração em Portugal é o serviço de vinhos. Aliás, esta situação é algo que mexe com o meu sistema nervoso sempre que penso no que é que as revistas da especialidade e os críticos de vinhos e de gastronomia têm feito para que essa situação se altere: QUASE NADA.
Alguns, os de vinhos, poderão dizer que não é da responsabilidade deles fazer o que quer que seja para alterar esse panorama. A mim parece-me profundamente errado que alguém que goste de vinho, como é suposto estes senhores gostarem, não o queira ver ser bem servido à temperatura correta e em copos adequados a cada estilo, atraindo assim mais pessoas para este mundo de que pensam não gostar por ser a maior parte das vezes mal servido e quanto mais não seja para poderem usufruir quando forem ao restaurante …
Outros, os de gastronomia, dizem que não é para isso que lá estão e eu não consigo entender isso, pois a avaliação de um restaurante tem de ser feita no seu todo e não apenas em algumas partes, eventualmente onde nos sintamos mais confortáveis, mas convém não esquecer que também em Portugal existem cada vez mais pessoas que se sentem defraudados se os restaurantes não tiverem copos adequados e cartas de vinhos minimamente elaboradas e já nem falo das temperaturas dos vinhos porque essa questão é por norma ultrapassável desde que se tenha algum tempinho.
Por último, os das revistas da especialidade, vão-me dizer que não é verdade, pois até têm promovido o vinho a copo e até avaliam os restaurantes em função do serviço de vinhos. Pois eu lamento dizer-vos que depois de dois anos e meio depois da inauguração ainda não fomos visitados por nenhuma revista do mundo dos vinhos e menos ainda por especialistas da área da gastronomia. Pior, já obtivemos dois prémios, um da Revista de Vinhos com uma menção honrosa nas cartas de vinhos com melhor relação qualidade/preço e outro no concurso de harmonizações com vinho do Porto, onde apesar da nossa inexperiência neste tipo de concursos, conseguimos na nossa primeira participação uma medalha de bronze. Ainda assim continuamos sem a visita de tão ilustres senhores. Mais, obtivemos 4,8 pontos em 5 possíveis na avaliação feita pelos senhores da ViniPortugal no serviço de vinhos a copo... Ainda assim, a Wine, que tem exatamente uma rúbrica nesta matéria, prefere dar destaque a restaurantes que recebem avaliações inferiores a 3. Pasme-se! São capazes de me vir dizer que assim eles vão emendar-se e eu pergunto não seria uma melhor política destacar os que têm melhores serviços de forma a que não apenas aquele que é exposto, mas sim todos os outros se esforcem para tentar aparecer? É que neste mundo da hotelaria, como em muitos outros, é por vezes melhor ser mal falado que ignorado! Também já ouvi dizer, com alguma perplexidade, que não visitam espaços antes de eles terem oito ou nove meses de idade, porque é a idade média em que fecham portas. Claro, não admira, com a ajuda que recebem… se há altura em que a ajuda é bem-vinda é no início, algo que aliás estes senhores não têm problema nenhum em fazer antes dessa idade se o restaurante for do Chefe Avilez ou do Chefe Sobral, mas como sempre, são sempre os mesmos a serem ajudados.
Desculpem, mas tinha de fazer este desabafo, agora que estou prestes a iniciar outro ciclo nesta minha recente vida como profissional de hotelaria, que terá de ser fora de Portugal e da qual falarei posteriormente. Para já apenas dizer que a nossa convidada foi substituída por outra que, para mim, merece ainda mais, a minha mulher Alexandra Amorim (Ivone eu tinha de dizer isto ou levava com o rolo da massa e com outros castigos bem mais penosos mas que não posso explicitar…) que vai ter a provação maior nos próximos tempos e a quem agradeço publicamente o apoio que me tem dado para ir em frente, apesar de lhe doer. Beijoca, fofa.
Significa isto, que pelo menos as duas próximas Ivy Leagues, serão comandadas e as crónicas escritas por outros. Luís Pedro Maia e Orlando Costa são os senhores que estão na calha!
Mas vamos então à crónica propriamente dita e comecemos por ver a lista de jogadores e respetivos selecionadores pela ordem de serviço:
Champagne André Clouet Silver Brut Nature - Jorge Tavares
Anselmo Mendes Alvarinho "Curtimenta" 2005 - Miguel Braga
Laroche Pouilly-Fuisse Bourgogne Blanc 2000 - Alexandra Amorim
Domaine William Fevre Chablis Grand Cru "Les Clos" 2005 - Alexandre Braga
Quinta dos Roques Encruzado 2008 - Luís Império
Trimbach Clos Ste Hune Alsace Riesling 2004 - Isabel Braga
Eitelsbacher Harthäuserhofberg Mosel-Saar-Ruwer Spätlese Riesling 2005 - Orlando Costa
Château Jolys Terrae Escencia Jurançon 2001 - Hildérico Coutinho
Como podem verificar foi mais uma enchente de vinhos brancos, mas desta vez por causa do menu, que como poderão ver, se adequa muito mais aos brancos:
MENU
Tempura de espargos
Risotto de sapateira
Almofada de frango em pasta de caril com arroz basmati e tártaro de tomate
Iogurte de caramelo com frutos vermelhos
O único falhanço nas harmonizações aconteceu na sobremesa, que também foi o prato menos conseguido, por não saber se o Château Jolys era doce ou seco e não querer provar antes do jantar. Foi um erro porque ele tinha apenas alguma doçura, exatamente aquela que era necessária para o prato de caril, o melhor da noite e com o qual teria combinado na perfeição.
Aquele erro apenas veio confirmar um pouco a tónica daquela que poderia ser a palavra que reflete, para mim este jantar: deceção!
Eu não queria ser nada injusto e o jantar até foi ótimo e os vinhos eram bons, mas a verdade é que eu esperava sempre um pouco mais de todos os vinhos que foram servidos, excluindo talvez o Qta dos Roques. Passo a explicar:
O vencedor da noite foi provavelmente o Riesling mais caro que alguma vez bebemos nestas jornadas. Este é o topo de gama da casa Trimbach, no que a Rieslings secos diz respeito. Produzido com uvas provenientes de uma pequena parcela na localidade de Hunawihr e sendo esta um dos produtores mais importantes da região, e tendo na memória alguns dos belos vinhos que já bebemos desta região e inclusive deste produtor era lícito esperar mais, pois não chega apresentar umas leves notas a gás de isqueiro, típicas da casta, mais uma notas florais e algumas frutas brancas a torna-lo mais agradável. Não, este vinho tinha de ter potência no ataque de boca inicial e de ter profundidade para que nela permanecesse por um bom bocado. A verdade é que era tudo bom, mas tudo demasiado soft e eu duvido que a idade lhe dê o que estou aqui a pedir. Apenas 4 o classificaram em 1º lugar, o Alexandre, o Miguel a Isabel e o Luís, sendo que o Jorge o colocou em 6º!
Em segundo lugar, a apenas um ponto de distância e reforçando o que disse antes, veio o outro Riesling, a mostrar o quão pouco gostamos dela… Este spätlese de um conceituado produtor da minha região preferida da Alemanha, Mosel-Saar-Ruwer, mostrou-se bem, mas mais uma vez, a minha memória lembra-se de coisas mais interessantes neste registo, apesar de conceder que a doçura que apresentava ligava muito bem com o picante do caril. Foi considerado como o melhor pela Alexandra, pelo Jorge e pelo Orlando. A pior nota veio da Isabel com um 4º lugar.
Em 3º lugar ficou o Grand Cru de Chablis, a região da Borgonha que menos me atrai pela extrema mineralidade dos seus vinhos, mas que mal se via neste vinho. Aliás, estava de tal modo escondida que este foi um dos vinhos que toda a gente errou pensando tratar-se do Alvarinho! Quem diria? Esta semelhança foi de tal ordem que me leva a perguntar, mas é este o estilo de vinho que é mais aclamado em Chablis? Um vinho muito menos mineral e tão controlado em todos os aspetos que nem parece um Chardonnay e muito menos um Chablis?  Bom, se assim for, a casta Alvarinho tem ainda mais potencial que aquele que eu pensava…
Em 4º lugar ficou aquele de que mais gostei, o Encruzado do Dão, elaborado por um dos melhores produtores da região e, apesar de apenas ter 4 anos, a mostrar uma conjugação extraordinária entre mineralidade, fruta e doçura, tendo sido porventura o que mais profundidade apresentou.
Em 5º lugar aparece outro Borgonha, mas desta vez de Pouilly-Fuisse e que creio não enganou ninguém quanto ao facto de ser um Chardonnay da Borgonha, pois apresentava as notas minerais e a madeira bem incorporada. Eu pensava que este é que seria o de Chablis pois este já tem 12 anos e apresentou uma cor apenas ligeiramente amarela.
O 6º lugar foi para o meu vinho, que veio dos Pirinéus, mais propriamente de Jurançon e que é mais um vinho fora do baralho, pois é elaborado com duas castas brancas,  Gros e Petit Manseng, a primeira é de origem basca e raramente é utilizada para a produção de vinhos doces e que aqui está com apenas 20% do lote, sendo a segunda muito mais apropriada à elaboração de colheitas tardias e cujo bago, como o nome indica, é mais pequeno. Os vinhos secos de Jurançon, diz a bibliografia, são muito fortes e difíceis onde as notas minerais da areia e do barro, que notámos no doce, serão aqui bem mais complicadas de apreciar. A doçura torna este vinho difícil em algo apelativo para os que gostam de coisas diferentes e não é por acaso que a casta Petit Manseng esteja a seguir as pisadas da Viognier e a ser plantada por produtores do novo mundo. Como curiosidade, será de referir que foi aqui que no século XIV foi introduzida pela primeira vez o conceito de CRU, elogiando e protegendo determinados locais como os melhores para a produção de vinho, mais tarde copiado para outras regiões de França e não só com o sucesso que se conhece.
No 7º posto ficou o champanhe com zero gramas de açúcar residual de que gosto por apresentar o que se espera de um bom champanhe de gama de entrada, com notas evidentes de levedura e alguns amanteigados. De realçar a evolução positiva que apresentou com o aumento da temperatura, mostrando um nariz muito mais sedutor a citrinos e flores brancas.
Em último lugar a maior deceção, por ser um vinho que é elaborado à moda antiga, com fermentação parcial com contacto pelicular e posterior estágio em barricas usadas sobre as borras totais durante nove meses. Tudo isto deveria ter dado ao vinho a possibilidade de viver e evoluir positivamente durante muitos anos. Pois bem a evolução foi tão dramática que apresenta uma cor que me fez pensar tratar-se do Borgonha de 2000 e não tenho grandes dúvidas em afirmar que se pegarmos em Alvarinhos normais de 2005, eles estarão melhor que este Anselmo Mendes. Como é óbvio, o problema não era a cor mas sim a muito pouca expressividade aromática fazendo com que o vinho se mostrasse quase plano e estava praticamente morto. Boa sorte para quem tiver ainda alguma destas garrafas, pois vai precisar…
Na questão dos acertos, ganhou o Jorginho com 4 tiros certeiros em 6 possíveis mostrando, tal como a Alexandra com 3, tantos quantos eu, que não é preciso vir muitas vezes aos treinos para ter bons resultados. Mas quem nos tira o prazer de treinar? Deixem-se disso!

domingo, 1 de abril de 2012

Ivy League - Dia XXIV - A crónica


Esta jornada teve, como anunciado, um convidado especial, Pedro Araújo da Quinta do Ameal, produtor de vinho branco na região dos Vinhos Verdes, nos mais variados estilos e todos da casta Loureiro. Este já é um projeto consolidado, com mais de uma década de vida e com elogio sistemático por parte da crítica que o considera amiúde como o melhor Loureiro da região. Pretendia ter tido a oportunidade de fazer uma pequena entrevista, mas a pressa de alguns e a confusão de ontem impossibilitou esse desiderato. Foi pena, mas fiquei com a sensação que toda a gente apreciou e em particular o nosso convidado, pelo menos antes da publicação desta crónica …

Vejamos então a lista de jogadores e respetivos selecionadores:

Loimer Käferberg Grüner Veltliner 2009 – Miguel Braga

Quinta do Ameal Loureiro 2010 – Jogador 1 do Pedro Araújo

Royal Palmeira Loureiro 2009 – Alexandre Braga

Colección Costeira Treixadura 2008 – Jogador 1 do André Antunes

Quinta das Bágeiras Bical 1994 Magnum – Luís Maia

Quinta do Ameal Escolha Loureiro 2009 – Jogador 2 do Pedro Araújo

Schloss Gobelsburg Heilingenstein Riesling 2009 – Hildérico Coutinho

Guru 2007 – Jogador 2 do André Antunes

Quinta do Ameal Loureiro 2003 – Jogador 3 do Pedro Araújo

Quinta de San Joanne 2000 – Orlando Costa

Marquês de Riscal Limousin 2008 – Luís Império

Além destes 11 jogadores brancos ainda houve dois vinhos extra concurso, que por serem tão diferentes optámos por nem sequer os classificar desta vez, um colheita tardia da Quinta do Ameal de Loureiro, evidentemente, e um tinto do Priorato, o Les Terrases 2009 do Alvaro Palacios, por causa de um menino mais sensível que, dizia ele, não iria conseguir aguentar tantos brancos sem que o estômago se queixasse. Receio infundado que, verdade seja dita, fez questão de admitir no dia seguinte assim como, apesar da formação de escanção, admitir que nada sabe disto. Pois seja muito bem-vindo amigo Sérgio Santos e junta-te aos que poderemos designar por minoria esclarecida, no sentido de sabermos que sabemos alguma coisa, mas sobretudo o sabermos que pouco sabemos sobre este imenso mundo do vinho e glória ao engenho humano que assim seja por o nosso prazer prolongar …

Se pensarmos no prazer que cada um dos vinhos individualmente proporcionou a cada um de nós, esta jornada poderia ser catalogada com aquela em que “concordo que discordo”, tal a diversidade de opiniões como irão já ver e foi também, por certo, aquela sessão que mais dificuldades nos criou na classificação dos vinhos tal o equilíbrio entre eles no que à qualidade diz respeito.

Foi bonito verificar que o Pedro detetou os seus vinhos, exceto o que estava adulterado e que ele tentou empurrar para a concorrência. Foi pena que o Ameal Escolha 2009 tivesse refermentado e apesar de eu não ter desgostado do vinho (dei-lhe o 6º lugar) ele acabou por ficar classificado em último lugar. Não deixou também de ser curioso ver que os dois Ameal “normais”, das colheitas 2003 e 2010, tivessem acabado em 6º lugar ex-áqueo e aqui já se podem ver as diferenças de gosto que nesta sessão estiveram patentes, pois para mim o melhor vinho da noite foi mesmo o Ameal 2010, que se apresentou como um Loureiro deve fazer, com expressividade aromática, com flores de sabugueiro e frutas brancas com uma acidez cristalina e muito agradável. Parabéns ao Pedro pela parte que me toca. Escusado seria dizer que o 2003 se encontra em bom plano, não apresentando por ora nenhum problema de oxidação negativa, como aliás já esperávamos.

A surpresa negativa da noite foi sem dúvida nenhuma o Guru 2007, que só não ficou em último pelo que aconteceu a esta garrafa do Ameal Escolha. Incrível a quantidade da madeira ainda presente num vinho com quase 5 anos, com a agravante de estar descasada da estrutura do vinho.

A surpresa pela positiva e que me surpreendeu totalmente quando ordenei os vinhos pela classificação foi o espanhol que o Império trouxe, que talvez por ter uma bela madeira, tão melhor que o Guru, nos levou a classifica-lo como o melhor vinho da noite, não sem que tenha havido vozes dissonantes, como por exemplo a do Alexandre que o classificou em último lugar! Este vinho, elaborado com 100% de Verdejo e que obteve uma medalha de ouro no Bacchus 2010, estagiou em barricas de carvalho Allier por 6 meses, sendo que 45% das barricas eram novas e as restantes de 2ª e 3ª ano. É notável que este vinho não se tenha apresentado completamente dominado pela madeira e certamente que o facto de as vinhas, plantadas em terras altas nas margens do douro, terem mais de 40 anos não será um factor despiciendo.

Por ter duas pessoas a elegerem-no como o vinho da noite, em 2º lugar e com a mesma pontuação do terceiro ficou o Bágeiras. É bonito ver um branco com dezoito anos com esta frescura e eu só não gostei muito dele por isso mesmo, demasiada frescura! Paradoxal? Nem tanto. O que lhe falta para me agradar são aquelas notas de evolução que lhe conferem doçura, nem que ela seja só por sugestão, mas este vinho tem ainda muita mineralidade e até parece que se está a lamber uma púcara de barro. Talvez daqui a dez ou vinte anos esteja como eu gosto.

O terceiro foi o Riesling, mas desta vez tenho quase a certeza de esta classificação só acontece pela especial predileção que este grupo tem pelos Rieslings, pois apesar de bom, este vinho austríaco, de um produtor que muito gosto, Schloss Gobelsburg, é demasiado soft, que o torna agradável sem dúvida, mas que o impede, na minha opinião, de ser um grande Riesling. Claro que o Alexandre não partilha de mesma opinião e classificou-o como o melhor da noite.

Em quarto lugar ficou o que eu pensava ser o Loureiro de 2003 do Ameal e afinal era um Loureiro sim, mas da concorrência, o Royal Palmeira, que eu não identifiquei por ter na memória um vinho bem mais vivo e expressivo do que o que mostrou. Essa suavidade e descrição foi, no entanto, muito apreciada pelo Miguel que lhe deu o primeiro lugar.

Em quinto ficou outro austríaco, desta vez da casta mais acarinhada neste país, a Grüner Veltliner. Conseguiu este resultado graças a quatro 2ºs lugares, mas ninguém o elegeu como o melhor da noite. Eu gostei do vinho e também fui um dos que o classificou em 2º lugar, mas esperava mais dele, pois o outro vinho deste produtor e que custa menos de metade está praticamente ao mesmo nível e daí as expectativas elevadas que depositava nele. As notas da pimenta branca estavam bem presentes e foi isso que permitiu que muitos de nós o identificássemos.

Em oitavo lugar ficou mais uma agradável surpresa, o San Joanne de 2000 e que o Orlando considerou como o melhor da noite. Suspeito, mas sem dúvida que se trata de um belo vinho e sem notas negativas de evolução. Este vinho da região dos vinhos verdes terá sido elaborado com Avesso, Alvarinho e Chardonnay e a justificação da longevidade está assim explicada e é também por isso que não pode ser considerado Vinho Verde e ter passado para a categoria seguinte, Regional Minho, mesmo estando já fora do Minho e nas fraldas do Douro. Coisas estranhas se passam naquela região vinícola…

Apesar do nono lugar e demonstrando o que disse no início acerca do equilíbrio ente quase todos os vinhos, também o Trajadura espanhol se mostrou em bom nível, porventura a demonstrar que também esta casta tem possibilidades de se mostrar a solo, mas isso terá de ficar para outras núpcias depois de provarmos uns quantos vinhos desta casta com igual ou superior qualidade.

Nos acertos coube-me a mim desta vez a vitória com 7 acertos, seguido por perto pelo Miguel, Alexandre, Orlando e Luís. Claramente o Sérgio tem de praticar mais e será sempre bem-vindo aqui a este grupo de hedonistas bem-dispostos. Para isso basta ser um dos que se inscrevem mal eu liberte essa possibilidade… e é agora!

Próxima jornada: Terça-feira, dia 3 de Abril para comemorar o nascimento do meu pai e de outro grande amigo, o Vitor Pinheiro. Terei pois de trazer vinho à altura da ocasião!