segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ivy League - O Dia XVI - A Crónica

Segue, como habitualmente, a lista dos jogadores e respectivo seleccionador, desta vez com um jogador a menos por uma falta de última hora e seguindo a ordem da foto, da esquerda para a direita:

Gosset Grande Reserve NV (Champagne) – Jogador 1 do Alexandre Braga (6º lugar)

Bohrmann Meursault “Meix Chavaux” 2008 (Borgonha) – Jogador 2 do Alexandre Braga (3º)

Ballot Millot Meursault Genevrieres 1er Cru (Borgonha) – Isabel Braga (2º)

Domaine de Beaurenard 2005 (Chateauneuf du Pape) – Orlando Costa (7º)

Viña al lado de la casa 2005 (Yecla) – Pedro Sousa (5º)

Gouvyas Cuvée OP 2000 (Douro) – Hildérico Coutinho (4º)

Michele Chiarlo Barbera d’Asti 1997 (Piemonte) – Luís Pedro Maia (8º)

Château Climens 1er Cru 1976 (Sauternes-Barsac) – Miguel Braga (1º)

Que serviram e bem para acompanhar o menu seguinte:

ENTRADA

Canelone de moiro, queijo feta e abacaxi

PRATO DE PEIXE

Filete de cavala grelhada com funcho e molho romesco de laranja

PRATO DE CARNE

Lombinhos de porco preto com esponja de pistácio e batata frita às rodelas em azeite

SOBREMESA

Espuma de manga, iogurte e framboesa

Preço: 30,00€

Hora:20h00

Data: 2 de Novembro de 2011

O título para esta jornada da Ivy League sugerido e bem pelo Pedro Sousa poderia ser: A Troca.

É curiosamente o título de um livro de um autor de que gosto muito, David Lodge que recomendo vivamente, e tal como no livro originou confusão, mas neste caso, garante o Paulo, que nos serviu e que foi quem escolheu a ordem de serviço é mais uma pretensa troca…, mas deixem-me tentar explicar:

Tal como das outras vezes, os vinhos foram servidos às cegas, sabendo nós quais os vinhos que estavam em jogo mas sem saber a ordem pela qual eles estavam a ser servidos. Acontece que desta vez, ao arrepio das regras do jogo, o Sr. Luís Pedro Maia resolveu provar o seu vinho antes do tempo e nem as suas boas intenções o desculpam (de que aliás está o inferno cheio), apesar de serem de facto boas, pois ele apenas se quis certificar que o vinho se encontrava em boas condições, tendo trazido um segundo para o substituir caso isso não acontecesse.

O problema foi que a seguir ele não o reconheceu e a confusão instalou-se porque todos esperavam uma maior acidez no vinho italiano do que no vinho duriense. Isto apesar de ninguém conhecer suficientemente a casta barbera e menos muito a que vem de Asti. Pela minha parte, resolvi ter uma atitude mais racional e falhei, pois também eu fui pela acidez em vez de ir pela cor do vinho, que o italiano tinha mais evoluída como se esperava aliás. No entanto ao estudar a casta ainda mais isto se complica, pois esta casta é utilizada para dar cor a alguns nebbiolo e é caracterizada por uma enorme acidez, mais evidente ainda nos vinhos mais baratos que esta casta proporciona em grande escala. Não é certamente o caso deste vinho mas cujo contra rótulo aconselhava a ser bebido 3 ou 4 anos após a colheita! E esta hem?

Continuando nos tintos, o Gouvyas, que foi loteado pelo Olivier Poussier e vencedor do concurso para melhor somellier do mundo em 2000, apresentava de facto uma acidez surpreendentemente intensa com aromas terciários bem agradáveis como o tabaco, terra ou cogumelos. Para o meu gosto era no entanto um pouco desequilibrado e apesar de a maioria ter preferido este eu preferi a suavidade e equilíbrio do vinho de Yecla, uma região quente de Espanha pouco considerada, onde em colaboração com as Bodegas Castaño o mediático Quim Vila, um dos gurus do vinho em Espanha, resolveu produzir este vinho contra a corrente usando as castas Monastrell, Cabernet Sauvignon, Syrah e Garnacha Tinturera (a “nossa” Alicante Bouschet).

Mas como poderão ver pela classificação final dos vinhos, esta foi uma noite de brancos, com o que veio da casa nova do papa a mostrar-se já demasiado evoluído, com aromas ferrosos a chatearem a prova, mas com dois belíssimos Borgonhas da região de Meursault a mostrarem o porquê de serem tão elogiados, com o Bohrmann a apresentar-se mais equilibrado e com uma madeira mais suave, mas também com uma mineralidade mais metálica a lembrar vagamente os Chablis. Foi no entanto o 1er Cru a puxar pelos galões e a levar a palma com uma madeira mais tostada mas de grande qualidade e com um final de boca a apresentar-se profundo e persistente quanto baste.

Ia já a embalar para o grande final e quase me esquecia de falar do champanhe, como é possível? Bom, creio que é possível quando o champanhe apesar de bom e de vir da que se diz ser a mais antiga casa de Champagne, não é assim tão genial e por o final ter tido um dos melhores vinhos deste género que já bebi. Um branco de 1976 e que apesar de apresentar uns respeitáveis 35 anos originou o comentário diversas vezes repetido ao longo da prova: “Que novo que está!” Creio que o motivo dessa afirmação se prende com a falta de untuosidade do vinho, mas por outro lado ele apresentou-se tão intenso e tão cheio de aromas diversos, do mel às flores, da fruta doce e seca com caroço aos citrinos confitados e o aroma da Botrytis, enfim um manancial de complexidade e sabor que nos deixou siderados nas cadeiras. Parabéns Miguel pelo vinho e parabéns Miguel por teres sobrevivido mais um ano neste país cada vez mais aterrador! Uma palavra final para o produtor deste vinho, o Château Climens, um dos 11 Premier Crus de Sauternes e Barsac, estando este produtor na região de Barsac. Acima destes 11 só foi classificado em 1855 o ultra famoso Château d’Yquem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Ivy League - O Dia XV - A crónica


Aqui vai o menu de caça como pedido e é por isso mesmo que o preço estará acima do habitual. Espero que isso não seja desmotivador, mas de facto não se consegue trabalhar estas peças por menos. Agradeço a vossa compreensão e estou esperançado que o Chef Rui Tomé consiga trazer ao presente uma das minhas boas memórias da juventude, uma lebre cozinhada por um amigo do meu pai que durou uma eternidade a fazer e uns segundos a ser literalmente devorada.

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Tosta de queijo de cabra com frutos secos e mel

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Lombo de javali com castanhas e ervilha torta

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Lebre estufada em pão de Mafra

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Crumble de maçã e canela

Preço: 40,00€
Nota: Escolham bem os vinhos e não deixem de me avisar o que trazem e para que trazem.

Eis, como habitualmente a lista dos jogadores, pela ordem de serviço e da fotografia, assim como os respectivos seleccionadores:

· Pommery Wintertime Blanc des Noirs (Champagne) - Alexandre Braga (Jogador 1) (5º lugar)

· Krebs-Grode Eiswein Riesling 2009 (Rheinhessen) - Luís Império (3º lugar)

· Adega Cooperativa de Cantanhede 1987 (Bairrada) - Rui Fernandes (10º lugar)

· Venus "La Universal" 2003 (Montsant) - Pedro Sousa (9º lugar)

· Quinta da Gaivosa 2003 (Douro) - Orlando Costa (8º lugar)

· Psi 2007 (Ribera del Duero) - André Antunes (7º lugar)

· Pintia 2006 (Toro) - João Romualdo (3º lugar)

· Aalto 2006 (Ribera del Duero) - Alexandre Braga (Jogador 2)

· CV 2005 (Douro) - Jorge Silva (1º lugar)

· Porto Reserva Especial Particular do Restaurante Comercial - Isabel Braga (6º lugar)

Se alguém se desse ao trabalho de contar o número de convivas, o que duvido, rapidamente se aperceberia que a regra de ouro tinha sido quebrada. Ela foi de facto violada, mas só um pouquinho … passo a explicar: eram de facto 9 comensais, isto se não me contarem a mim, que pairei por ali como uma ave de rapina à espera de carniça, pois apesar de ter cedido o meu lugar à senhora mais bonita deste grupo, não deixei de ter palpitações… O nono, o que originou toda esta confusão foi sentado à parte, na minha companhia que eu não gosto de deixar ninguém sozinho, e só lhe foi permitido beber dos outros vinhos porque este grupo é composto, de verdade, por pessoas educadas e estou convencido que o canhão (CV de seu nome e que não deixou os créditos por mãos alheias como veremos mais à frente) que o agitador trazia debaixo do braço em nada contribuiu para que o deixassem partilhar as outras. No entanto o revoltoso, que aliás passou a noite a bombardear todos os que lhe passavam debaixo da mira, ficou impossibilitado de classificar os vinhos que provava, até por saber o que se estava a beber…

Se há algo a destacar desta jornada é sem sombra de dúvida a supremacia dos tintos face aos vinhos doces, algo que não acontecia faz tempo. O outro aspecto interessante foi a luta entre Douro e Duero com um Toro a ajudar à festa, já que os restantes não deram luta.

Foi uma luta muito interessante, com a vitória a ser discutida taco a taco entre o Aalto e o CV, com a vitória tangencial a cair para este último para orgulho nosso, sendo que o Aalto foi para mim uma agradável surpresa, já que o Aalto PS 2001, o topo da casa, não me tinha impressionado tanto assim.

Em terceiro lugar ex aequo o Pintia de Toro e o Eiswein alemão, que mais uma vez me deixou a impressão de que de facto os canadianos são melhores. Será por os que tenho bebido não serem do mesmo nível dos do outro lado do atlântico? O tinto espanhol esteve em bom plano, mas um pouco aquém, no que à potência diz respeito, de outros exemplares da região que tenho bebido, inclusive, o mesmo vinho de outras colheitas.

No lugar seguinte classificou-se o champanhe, que se mostrou muito suave a agradável, mas sem a persistência dos grandes…

Em 6º, veio finalmente o porto, a mostrar que nem sempre os velhinhos são os melhores. Agradável mas sem deslumbrar.

O Psi, letra grega tão do agrado dos matemáticos, desiludiu, pela demasiada suavidade apresentada, sem garra e sem vigor, mais ainda por vir de quem vem. O Peter Sisseck é um nome demasiado grande para um vinho daqueles.

O Quinta da Gaivosa, que muitos confundiram com o Venus, não tinha o que eles esperavam, suor de cavalo. O lugar em que acabou por ficar diz no entanto o quão pouco foi apreciado.

O Pedro anda-se a esforçar por ficar em último e desta vez isso só não aconteceu por obra e graça do Espírito Santo, pois acabou por ficar para o Bairrada que muitas vezes, com esta idade, se apresentam grandiosos. Não foi o caso deste, para azar para o estreante que tem de se aprimorar para a próxima.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um Churrasquinho para o Dinamarca - Portugal


Aqui vai mais um convite para um jogo que se espera de alegria para todos os portugueses, num jogo que poderá dar o apuramento a Portugal para o Euro 2012.
Venham assistir e comer umas tapinhas seguidas de um churrasquinho à brasileira com picanha, costelinha, salsicha, franguinho, arroz, feijão-preto e farofa por apenas 10,00 pax.
Caipirinhas e afins a 2,50€.
Juntem-se a nós a torcer por Portugal.

HORA: 19h15


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cursos de Vinhos para o Outono

Caros amigos,

Aí estamos nós de volta, o Pedro, o Luís e eu próprio, Hildérico, numa tentativa, por vezes vã, mas por outras, tão compensadoras, de vos fazer interessar por este tema, tão entusiasmante quanto extenso, que é o dos vinhos. Gostaríamos muito que se juntassem a nós e para que não tivessem muitas desculpas resolvemos apresentar-vos opções diversas, nos mais diversos locais e diferentes datas. Não têm desculpas nem com o valor do curso ...

Cursos de Nível 1

- Em Braga no Caldo Entornado nos dias 27 de Outubro e 3 e 10 de Novembro.

- Em Vila Verde nos dias 7, 14 e 21 de Novembro às 19h00.

Curso de Nível 2

- Aqui no Quo Vadis? em Matosinhos nos dias 12 e 19 de Novembro às 10h00.

Os temas abordados em cada um dos cursos podem ser apreciados abaixo e a sua realização depende da inscrição de um número mínimo de entusiastas.

INICIAÇÂO À PROVA DE VINHOS – NÍVEL 1

1ª Sessão

· O vinho – teoria – os estilos e o processo de vinificação

· Conhecimentos básicos de enologia

· O sistema de prova

2ª Sessão

· Os vinhos brancos e as castas mais apreciadas internacionalmente com destaque para a Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling, Viognier, Pinot Grigio, Gewürztraminer, Grüner Veltliner, Torrontés e Alvarinho.

3ª Sessão

· Os vinhos tintos e as castas tintas mais conceituadas e valorizadas internacionalmente a começar na Cabernet Sauvignon e Merlot, continuando pela apaixonante Syrah, a difícil Pinot Noir, as peculiares Sangiovese e Malbec, terminando nas nossas mais familiares Tempranillo e Touriga Nacional.

Preço: 80,00€ pelas 2 ou 3 sessões que contemplam o curso.

INICIAÇÃO À PROVA DE VINHOS – NÍVEL 2

1ª Sessão

As condições ideais para o armazenamento do vinho

    • O serviço de vinhos
    • As temperaturas de serviço
    • Os utensílios e os copos
    • França e algumas das suas regiões mais famosas
      • Bordéus
      • Borgonha
      • Vale do Ródano
      • Alsácia

2ª Sessão

    • Alemanha
    • Áustria
    • Itália com destaque para as regiões do Piemonte e Toscânia.
    • Espanha com destaque para Rioja e Ribera del Duero.
    • Portugal com destaque para Douro e Alentejo.
    • Estados Unidos da América com destaque para a Califórnia.

3ª Sessão

    • Nova Zelândia
    • Austrália
    • Argentina
    • Chile
    • África do Sul
    • A Harmonização ou Maridagens entre o vinho e a comida

Preço: 100,00€ pelas 2 ou 3 sessões que contemplam o curso.

As sessões têm uma duração aproximada de 2h30m com excepção nos cursos de duas sessões que duram aproximadamente 4h00.

Após as sessões existem almoços ou jantares com um preço simpático para poderem continuar a adquirir conhecimentos e passar um bom bocado na nossa companhia.

Ivy League - O Dia XIV - A Crónica



MENU
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Tempura de moiro com cebola roxa e maçã caramelizada
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Corvina com crosta de broa com azeitona e Brás de grelos
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Risotto de frutos silvestres com magret de pato
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Despedida de Verão com chocolate, gelados e frutas

Preço: 30,00 px
Data: 6 de Outubro de 2011
Hora: 20h00

A CRÓNICA:
Comecemos, como habitualmente, pela apresentação dos jogadores em prova e respectivos seleccionadores, pela ordem de serviço e da esquerda para a direita na fotografia:
  • Quinta dos Carvalhais Espumante Rosé 2007 -- Alexandre Braga (Jogador 1)
  • Czar Pico 2004 -- Hildérico Coutinho (Jogador 1)
  • Jean Paul & Benoît Droin Mont de Millieu Chablis Premier Cru 2009 -- Miguel Braga
  • Jean Paul & Benoît Droin Les Clos Chablis Grand Cru 2010 -- Isabel Braga
  • S de Soberanas 2004 -- Alexandre Braga (Jogador 2)
  • Château Citran 2000 -- Jorge Silva
  • L'Aventure Optimus 2005 -- Orlando Costa
  • Quinta da Touriga-Chã 2005 -- Pedro Sousa
  • Porto Gonzalez & Byass Aloirado Meio Sêco -- Hildérico Coutinho (Jogador 2)
  • Sigamos, como habitualmente, pela ordem de serviço e assim, como vem sendo habitual, tivemos o primeiro jogador do Alexandre, um agradável e consensual espumante rosé mas também consensual o exagerado preço a que é comercializado. De facto, pagar mais de vinte euros por este espumante é um atentado aos nossos depauperados bolsos. (7º lugar)
    A seguir veio a primeira surpresa da noite, que foi servido às cegas, apenas conhecido por mim e descoberto apenas por quem mo ofereceu, o amigo Orlando, a quem agradeço eu e todos os que tiveram a hipótese de o beber, pois ninguém suspeitou tratar-se de um vinho da Ilha do Pico. A maioria apostava na Madeira como origem do vinho, mas a falta de acidez e mineralidade típica desses vinhos deixa-va-os na dúvida. De facto este vinho apresenta muitos dos aromas típicos dos vinhos madeirenses e com uma graduação natural de 18,5%, notável, consegue fazer-se passar por um sercial, por ser também muito seco, faltando de facto apenas a já referida acidez e mineralidade mais intensa e incisiva. É claramente o melhor vinho açoriano que provei até hoje e uma bela ligação com a tempura de moiro. (4º lugar)
    Entraram de seguida os dois Chablis, uma região que já pertenceu a Champagne até ao Séc. XIII, não por acaso são os mais minerais da Borgonha e usualmente provocam-me alguma apreensão por apresentar aquilo que alguns designam como gosto de silex, mas neste caso iríamos beber um Premier Cru e um Grand Cru, que apesar de novinhos, deveriam apresentar uma qualidade acima de qualquer suspeita, mais ainda quando um deles é de uma mítica vinha, Les Clos, produzidos por uma das mais antigas famílias na região, instalados há quase 500 anos!
    O primeiro, da vinha Mont de Millieu, considerada uma das melhores entre os Premier Cru, mostrou-se muito agradável mas algo curto e deixar um pouco de amargo de boca, não no sentido literal. (5º lugar)
    O segundo, daquele que é considerado como o melhor dos sete Grand Cru de Chablis, e que este produtor trabalha há apenas 10 anos, mostrou ser de facto de outro campeonato, com uma madeira de uma qualidade notável e muito bem integrada, pecando no entanto, também este, por um final de boca menos profundo e persistente do esperado. Demasiado novo. (2º lugar)
    Jogaram também muito bem com o prato de peixe que graças à broa e ao azeite aguentou bem o embate com estes monstros vestidos de branco.
    Para acompanhar o risotto, de que gostei, mas que não foi consensual pela elevada acidez que apresentou e que poderá ter afectado este ou aquele vinho, foram bebidos em prova semi-cega (sabíamos quais os vinhos mas não a ordem) quatro vinhos e em que apenas o Orlando acertou em todos, tendo a Isael acertado em dois e os outros ficaram em branco. Miserável.
    Começamos pelo S de Soberanas, que me enganou completamente e ainda por cima me desiludiu, pois tinha boas memórias dele. Além de não ter gostado do vinho, apresentou aromas vegetais que me levou a pensar tratar-se do bordalês. (9º lugar) Enganei-me mas não na qualidade do francês que ficou imediatamente a seguir na classificação e só não ficou em último por um lastimável ponto. (8º lugar)
    Seguiu-se o americano, para mim o segundo melhor vinho da noite, de um produtor notável, Stephan Asseo, com herdades em Bordéus e em Paso Robles, Califórnia, onde faz este notávcel vinho, classificado com 94 pontos pelo Robert Parker e elaborado com 51% de Syrah, 44% de Cabernet Sauvignon e o restante de Petit Verdot. (3º lugar)
    Para o fim ficou o Touriga-Chã, que se apresentou bem mas foi penalizado por aparecer depois do Optimus. Não deixa no entanto de ser um produtor a seguir com atenção, ou não tivesse ele a mão de um herdeiro de um dos mais famosos enólogos do Douro. Rosas de seu nome. (6º lugar)
    Para o fim ficou, mais uma vez, o vencedor da noite, que entrou à socapa por necessidade de um vinho para a sobremesa, mas que saiu pela porta grande tal a qualidade apresentada. Não deixa de ser engraçado é ter quase a certeza, não é absoluta por não ter conseguido mais informação, por mais que escabulhasse a Net, de que este vinho se tratava de um vinho absolutamente banal quando foi lançado para o mercado, sabe-se lá quando, com rolha de rosca de metal, por um produtor espanhol de Jerez (conhecem o Tio Pepe?), que passou fugazmente pelo Porto, se é que pode dizer fugaz a algumas décadas de presença no nosso país, mas na história do vinho do Porto acho que foi mesmo fugaz, não acham? Impressionante a complexidade, força e acidez que apresentou e que tão bem combinou com a sobremesa para nos despedirmos do Verão. (1º lugar)

    Na próxima quinta-feira, dia 20 de Outubro, iremos ao encontro do Outono e teremos um menu de caça para acompanhar o Dia XV da Ivy League. Abertas as inscrições a partir de agora. Despachem-se!

    domingo, 2 de outubro de 2011

    Concurso Gastronomia com Vinho do Porto 2011


    Apesar de termos nascido há tão pouco tempo, ainda tentámos participar no último concurso que ocorreu dois anos antes. Não conseguimos mas ficámos com vontade de participar, até porque nós, ao contrário do que alguns produtores de vinho do Porto famosos crêem, achamos que é possível realizar um jantar acompanhado unicamente com vinho do Porto. Não é obrigatório, pelo regulamento do concurso fazê-lo, já que poderíamos usar vinho tranquilo do Douro, mas como estamos certos de que assim terá mais impacto, quanto mais não seja pela incredulidade que provoca junto dos nossos clientes, aqueles que, em última análise, mais queremos impressionar e sobre tudo tentar ...
    Para quem não consiga ler o menu aqui vai ele de viva letra:

    Vieira corada sobre puré de abacate picante e tártaro de tomate
    PORTO BRANCO QUINTA DE SANTA EUFÊMIA 10 ANOS

    Naco de alcatra maronesa em crosta de pimenta verde e arroz selvagem com seus cogumelos
    PORTO VINTAGE SILVAL DA QUINTA DO NOVAL 2003

    Pêra cozida em porto 10 anos com sabayon de frutos secos
    PORTO TAWNY KROHN 30 ANOS
    35 € pax (1 copo por prato)

    Queríamos que este menu tivesse um preço menor para assim cativar mais pessoas a fazerem esta experiência, mas os produtos utilizados e os vinhos em especial obriga-nos a praticar um preço um pouco mais alto do que gostaríamos, mas que estou certo darão como bem empregues os euros utilizados. Não hesite, experimente!


    Menu em degustação nos meses de Outubro e Novembro de 2011.

    Marcação prévia obrigatória (muito aconselhável).