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Estufado de choquinhos
Açorda de bacalhau e camarão
Tripas à moda do Porto
Bolo de cenoura com creme de tangerina fresca
Eis os jogadores e respectivos seleccionadores da última jornada e desta vez, quase me atrevia a dizer que só o Rui merecia estar presente, tal a diferença de qualidade do seu vinho para os demais.
Louis Roederer Rosé Millésimé 2002 – Jogador 1 do Alexandre Braga |
Huber Riesling "Von den Terrassen" 2003 – Jogador 1 do Hildérico Coutinho |
Quinta de Foz de Arouce Branco 2008 – Jogador 2 do Alexandre Braga |
Roger Belland Criots-Batard-Montrachet Grand Cru 1999 – Jogador 2 do Hildérico Coutinho |
Alphonse Mellot Edmond 2000 – Orlando Costa |
Château Thieuley 2002 – Jogador 1 do Luís Maia |
Château de la Gardine Cuvée des Générations Marie-Léoncie Vieilles Vignes 1995 – Jogador 2 do Luís Maia |
Quinta das Bágeiras Garrafeira 1995 – Miguel Braga |
Doda 2005 – João Romualdo |
Esporão Private Selection 2005 – Pedro Sousa |
Casa do Douro Porto 1963 (engarrafado em 2003) – Isabel Braga |
Este foi um dos menus mais tradicionais que já tivemos, mas o prazer foi igual e as ligações estiveram em bom nível. Assim sendo, nada há a lamentar e as tripas estavam de chorar por mais. Melhor? Só no dia seguinte…
Como podem verificar, foi mais uma vez, uma barrigada de vinho, desta vez com três jogadores a apresentarem dois vinhos cada, o que deu a simpática soma de 11 vinhos. Uma equipa de futebol completa e até teve um guarda-redes frangueiro e tudo, pois o Sancerre que o Orlando trouxe apresentou, pela segunda vez em pouquíssimo tempo, a sempre temida TCA. Inaceitável em vinhos desta qualidade e são estas coisas que fazem os produtores virarem-se para as rolhas de rosca e outros que tais. Desclassificado. Orlandini, para a próxima são duas!
Também esgotado, está o meu primeiro jogador, um riesling austríaco que até tinha um aroma simpático com fruta amarela doce, mas que na boca só permanecia por uns míseros segundos, faltando-lhe aquilo que habitualmente define um riesling, mineralidade e acidez. Décimo lugar.
Quem também desiludiu, e neste caso não por estar cansado e sim, porventura, por ser novo demais. O Foz de Arouce que é usualmente tão aclamado ficou-se pelo 9º lugar.
O branco bordalês não esteve muito melhor e ficou-se pela posição seguinte, muito por causa da Isabel que gostou do vinho classificando-o em quarto lugar.
Em sétimo lugar aparece então o primeiro vinho sério da prova, mesmo não sendo para repetir, por estar já para lá do seu melhor que, a apreciar pela cor, já ocorreu há uns anos. De uma linda cor âmbar, mais apropriada a um Colheita Tardia, este branco da Borgonha apresentava aromas a caramelo e na boca estava demasiado calminho para ser um Borgonha e foi essa a razão pela qual o confundi pensando tratar-se do La Gardine. Foi no entanto considerado como o 4º melhor vinho da prova por três provadores, entre os quais me encontrava.
O champanhe ficou em 6º lugar, muito se devendo ao 2º lugar com que o Alexandre o classificou. Esteve bem e foi muito agradável, mas dos senhores do Cristal espera-se sempre mais…
Em 5º lugar aparece um vinho que foi considerado como o melhor da prova pelo Pedro Sousa, mas que para mim ainda precisa de tempo para se mostrar ao seu melhor nível. Ainda se encontra fechado, como que preso por umas pesadas algemas e a precisar de tempo para amaciar os potentes taninos que apresenta. Trata-se do Doda, antigamente conhecido como Dado, e que na altura em que foi lançado este quinto dado, colheita de 2005, ainda não era permitido aos vinhos de mesa apresentarem o ano de colheita. Este vinho, é considerado um Vinho de Mesa, a mais baixa classificação para os vinhos tranquilos em Portugal, por ser um vinho obtido com uvas de duas regiões, Douro e Dão, explicando assim o seu nome. Certo?
O tinto alentejano ficou na posição seguinte e não tenho a menor das dúvidas que seria considerado o melhor vinho tinto da prova se o painel de provadores não estivesse habitado a provar de tudo. Apresentou-se com belos aromas a fruta e chocolate, com taninos redondos e suaves, mas com uma boa e limpa acidez, que não incomoda ninguém e não deixa o vinho tornar-se enjoativo. O João considerou-o mesmo o melhor da noite. Será que o João e o Pedrito pensavam estar a votar nos vinhos deles e estavam a votar no do parceiro? Nãh!!!
Em terceiro apareceu aquele que para mim foi o melhor vinho da noite, o Château de La Gardine 1995, um branco absolutamente notável, de tal modo que eu pensava estar a beber o Grand Cru da Borgonha, pois não acreditava que este vinho com mais 4 anos ainda tivesse aquela cor. Vinho elaborado com as castas Bourboulenc, Clairette, Grenache Blanc, Grenache Grise e Picpoul, algumas delas pouco ou nada conhecidas por nós, apresentou-se com uma mineralidade e profundidade digna dos melhores vinhos franceses. Adorei!
O segundo lugar foi obtido por um orgulhoso Bairrada de 1995 e foi também considerado como o melhor vinho da noite por um comensal. Adivinhem lá quem foi? No entanto, mais cinco dos comensais consideraram, sem dúvidas de espécie nenhuma, que este foi o melhor tinto da noite. Bela evolução e está neste momento muito bem com a força da Baga já ligeiramente amansada, mas não o suficiente para estar amarfanhado. Notas de frutos do bosque com a terra e tudo e no final a apresentar café, tanto no aroma como na boca. Uma delícia e só podemos dar os parabéns ao autor deste vinho: Parabéns Mário Sérgio Nuno e obrigado por esta delícia. Há por aí outros vinhos com esta proveta idade?
Para último ficou o primeiro, não é o que se diz? De facto, mais uma vez um Porto Tawny venceu uma Ivy League, desta vez com apenas 4 (!) a considera-lo o melhor da noite. Mas que digo eu? Este vinho não é um Tawny, apesar de ter estado quarenta anos em barricas, nem é um Colheita, apesar de ser de 1963! Confusos? Eu também estaria, não fosse eu saber que apesar de este ser um vinho da Casa do Douro (é aqui que se faz Porto?) há também o IVDP e outros quejandos para complicar a coisa e eu não estou com vontade de deslindar a coisa. Pronto, este é um Vinho Generoso de 1963 do Douro e não é um Porto Tawny, mas olhem que engana bem… Eu gostei muito do vinho e só não o coloquei em primeiro lugar talvez por ainda ter na memória o Krohn de 1960 da jornada anterior. Ele está muito equilibrado e tudo muito certinho com aromas a folha de tabaco, café, fruta preta compotada e mais o que a imaginação possa alcançar, mas faltava-lhe aquela garra e profundidade que distingue um muito bom vinho de um vinho espectacular.
A próxima jornada está agendada para 5ª-feira, dia 9 de Fevereiro à hora do costume no sítio do costume e estão abertas as inscrições.