terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ivy League - O Dia XXI - A Crónica

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Estufado de choquinhos

Açorda de bacalhau e camarão

Tripas à moda do Porto

Bolo de cenoura com creme de tangerina fresca

Eis os jogadores e respectivos seleccionadores da última jornada e desta vez, quase me atrevia a dizer que só o Rui merecia estar presente, tal a diferença de qualidade do seu vinho para os demais.


Louis Roederer Rosé Millésimé 2002 – Jogador 1 do Alexandre Braga

Huber Riesling "Von den Terrassen" 2003 – Jogador 1 do Hildérico Coutinho

Quinta de Foz de Arouce Branco 2008 – Jogador 2 do Alexandre Braga

Roger Belland Criots-Batard-Montrachet Grand Cru 1999 – Jogador 2 do Hildérico Coutinho

Alphonse Mellot Edmond 2000 – Orlando Costa

Château Thieuley 2002 – Jogador 1 do Luís Maia

Château de la Gardine Cuvée des Générations Marie-Léoncie Vieilles Vignes 1995 – Jogador 2 do Luís Maia

Quinta das Bágeiras Garrafeira 1995 – Miguel Braga

Doda 2005 – João Romualdo

Esporão Private Selection 2005 – Pedro Sousa

Casa do Douro Porto 1963 (engarrafado em 2003) – Isabel Braga

Este foi um dos menus mais tradicionais que já tivemos, mas o prazer foi igual e as ligações estiveram em bom nível. Assim sendo, nada há a lamentar e as tripas estavam de chorar por mais. Melhor? Só no dia seguinte…

Como podem verificar, foi mais uma vez, uma barrigada de vinho, desta vez com três jogadores a apresentarem dois vinhos cada, o que deu a simpática soma de 11 vinhos. Uma equipa de futebol completa e até teve um guarda-redes frangueiro e tudo, pois o Sancerre que o Orlando trouxe apresentou, pela segunda vez em pouquíssimo tempo, a sempre temida TCA. Inaceitável em vinhos desta qualidade e são estas coisas que fazem os produtores virarem-se para as rolhas de rosca e outros que tais. Desclassificado. Orlandini, para a próxima são duas!

Também esgotado, está o meu primeiro jogador, um riesling austríaco que até tinha um aroma simpático com fruta amarela doce, mas que na boca só permanecia por uns míseros segundos, faltando-lhe aquilo que habitualmente define um riesling, mineralidade e acidez. Décimo lugar.

Quem também desiludiu, e neste caso não por estar cansado e sim, porventura, por ser novo demais. O Foz de Arouce que é usualmente tão aclamado ficou-se pelo 9º lugar.

O branco bordalês não esteve muito melhor e ficou-se pela posição seguinte, muito por causa da Isabel que gostou do vinho classificando-o em quarto lugar.

Em sétimo lugar aparece então o primeiro vinho sério da prova, mesmo não sendo para repetir, por estar já para lá do seu melhor que, a apreciar pela cor, já ocorreu há uns anos. De uma linda cor âmbar, mais apropriada a um Colheita Tardia, este branco da Borgonha apresentava aromas a caramelo e na boca estava demasiado calminho para ser um Borgonha e foi essa a razão pela qual o confundi pensando tratar-se do La Gardine. Foi no entanto considerado como o 4º melhor vinho da prova por três provadores, entre os quais me encontrava.

O champanhe ficou em 6º lugar, muito se devendo ao 2º lugar com que o Alexandre o classificou. Esteve bem e foi muito agradável, mas dos senhores do Cristal espera-se sempre mais…

Em 5º lugar aparece um vinho que foi considerado como o melhor da prova pelo Pedro Sousa, mas que para mim ainda precisa de tempo para se mostrar ao seu melhor nível. Ainda se encontra fechado, como que preso por umas pesadas algemas e a precisar de tempo para amaciar os potentes taninos que apresenta. Trata-se do Doda, antigamente conhecido como Dado, e que na altura em que foi lançado este quinto dado, colheita de 2005, ainda não era permitido aos vinhos de mesa apresentarem o ano de colheita. Este vinho, é considerado um Vinho de Mesa, a mais baixa classificação para os vinhos tranquilos em Portugal, por ser um vinho obtido com uvas de duas regiões, Douro e Dão, explicando assim o seu nome. Certo?

O tinto alentejano ficou na posição seguinte e não tenho a menor das dúvidas que seria considerado o melhor vinho tinto da prova se o painel de provadores não estivesse habitado a provar de tudo. Apresentou-se com belos aromas a fruta e chocolate, com taninos redondos e suaves, mas com uma boa e limpa acidez, que não incomoda ninguém e não deixa o vinho tornar-se enjoativo. O João considerou-o mesmo o melhor da noite. Será que o João e o Pedrito pensavam estar a votar nos vinhos deles e estavam a votar no do parceiro? Nãh!!!

Em terceiro apareceu aquele que para mim foi o melhor vinho da noite, o Château de La Gardine 1995, um branco absolutamente notável, de tal modo que eu pensava estar a beber o Grand Cru da Borgonha, pois não acreditava que este vinho com mais 4 anos ainda tivesse aquela cor. Vinho elaborado com as castas Bourboulenc, Clairette, Grenache Blanc, Grenache Grise e Picpoul, algumas delas pouco ou nada conhecidas por nós, apresentou-se com uma mineralidade e profundidade digna dos melhores vinhos franceses. Adorei!

O segundo lugar foi obtido por um orgulhoso Bairrada de 1995 e foi também considerado como o melhor vinho da noite por um comensal. Adivinhem lá quem foi? No entanto, mais cinco dos comensais consideraram, sem dúvidas de espécie nenhuma, que este foi o melhor tinto da noite. Bela evolução e está neste momento muito bem com a força da Baga já ligeiramente amansada, mas não o suficiente para estar amarfanhado. Notas de frutos do bosque com a terra e tudo e no final a apresentar café, tanto no aroma como na boca. Uma delícia e só podemos dar os parabéns ao autor deste vinho: Parabéns Mário Sérgio Nuno e obrigado por esta delícia. Há por aí outros vinhos com esta proveta idade?

Para último ficou o primeiro, não é o que se diz? De facto, mais uma vez um Porto Tawny venceu uma Ivy League, desta vez com apenas 4 (!) a considera-lo o melhor da noite. Mas que digo eu? Este vinho não é um Tawny, apesar de ter estado quarenta anos em barricas, nem é um Colheita, apesar de ser de 1963! Confusos? Eu também estaria, não fosse eu saber que apesar de este ser um vinho da Casa do Douro (é aqui que se faz Porto?) há também o IVDP e outros quejandos para complicar a coisa e eu não estou com vontade de deslindar a coisa. Pronto, este é um Vinho Generoso de 1963 do Douro e não é um Porto Tawny, mas olhem que engana bem… Eu gostei muito do vinho e só não o coloquei em primeiro lugar talvez por ainda ter na memória o Krohn de 1960 da jornada anterior. Ele está muito equilibrado e tudo muito certinho com aromas a folha de tabaco, café, fruta preta compotada e mais o que a imaginação possa alcançar, mas faltava-lhe aquela garra e profundidade que distingue um muito bom vinho de um vinho espectacular.

A próxima jornada está agendada para 5ª-feira, dia 9 de Fevereiro à hora do costume no sítio do costume e estão abertas as inscrições.

Dia de S. Valentim: AMOR EM 3 ATOS

Como não podia deixar de ser, também nós teremos um menu especial para o dia dos namorados, mas nós não temos preconceitos puritanos e assim, se quiserem vir 3 ou 4 ou os que vos apetecer, serão muito bem recebidos.
Quisemos no entanto manter algum suspense, que substitui aquela leve excitação dos primeiros encontros, utilizando para isso um menu codificado, ou se quisermos, romanceado. Damos apenas a indicação que será um menu de três pratos, com entrada, prato e sobremesa e cada prato será acompanhado por um vinho diferente, em itálico, no menu abaixo. O que temos feito merece ou não a vossa confiança?

ATO 1
Para ELA
Branco lençol de laranjas pintalgado numa folhada cama
Amarelo gasoso experimentado
Para ELE
Transparentes lascas da espada com verdes e vermelhos humedecidos por agradáveis ácidos
Fogoso branco com perfume de citrinos

ATO 2
Para ELA
Toda a maresia de um belo lombo na companhia de verdes que não são algas sob uma massa queimada de cereal e vegetal
Outro amarelo porém calmo e tranquilo
Para ELE
Riso de frutos perigosos bem tostados numa bochecha de espécime protegido
Preto esbatido com perfumes do bosque selvagem

ATO 3
Para ELA
Um branco treme-treme de laivos vermelhos pintado
Uma rosa líquida
Para ELE
A fruta proibida outra vez mordida e desta vez com companhia para o prazer aumentar
Finalmente para ele um amarelo aparentemente calmo mas vivaço como poucos

PREÇO P/ PESSOA: 25,00€

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Workshops de Vinhos e Cursos de Iniciação à Prova de Vinhos (Níveis I e II)

Pois não poderíamos começar o ano de outra forma que não seja à volta daquilo que mais gostamos, sacrilégio, de uma das coisas que mais gostamos: o vinho. Assim, creio que entenderão melhor esta nossa insistência em vos dar a conhecer este mundo maravilhoso e nada melhor que um curso de iniciação à prova de vinhos para começar a andar de uma forma equilibrada e o menos contagiado possível, de uma data de asneiras que se repetem tão insistentemente que quase se tornam verdades.
Vejam então se conseguem juntar-se a nós nas datas e cursos indicados abaixo com descrições sumárias de cada um a seguir:

Iniciação à Prova de Vinhos - Nível I (80,00€)

Dias 27 Fev, 5 e 12 Mar 2012 no Quo Vadis? em Matosinhos a partir das 19h00.

Iniciação à Prova de Vinhos - Nível II (100,00€)

Dias 25 Fev e 3 Mar 2012 no Quo Vadis? em Matosinhos a partir das 10h00.

Workshop: Os vinhos tranquilos do Douro (40,00€)

Dia 10 Mar no Quo Vadis? em Matosinhos a partir das 10h00.

Todos estes cursos serão realizados desde que estejam inscritos um número mínimo de pessoas.

Ivy League - O Dia XX - A Crónica



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Mini Calzone de fígados de bacalhau fumado e escabeche de legumes

Brás de batata e cogumelos com filete de robalo

Risotto de ervilhas e milho com vitela arouquesa (DOP) na grelha

Crumble de maçã com mel e molho inglês

Eis os jogadores e respectivos seleccionadores da última jornada e desta vez, quase me atrevia a dizer que só o Rui merecia estar presente, tal a diferença de qualidade do seu vinho para os demais.

Solar de Merufe Grande Reserva Extra Seco 2003 – Hildérico Coutinho

Santenay Grande Maison Prosper Maufoux 2009 – Alexandre Braga

Quinta da Pellada Primus 2009 – Pedro Sousa

Bucellas & Collares 2007 – Isabel Braga

Coma Vella 2003 – Orlando Costa

Duas Quintas Reserva 2001 – Jorge Silva

Schloss Lieser Thomas Haag Riesling Spätlese 2008 – Miguel Braga

Krohn Colheita 1960 – Rui Freitas

Pois é, voltaram os Portos de altíssimo nível, ou melhor apenas e infelizmente só um e só uma garrafa, mas de uma qualidade absolutamente ímpar. Este era um daqueles Colheitas que explicam o fascínio que os amantes de tawnies têm por eles. Alerto, mais uma vez, a todos os que compram Colheitas, a terem o cuidado de ver a data de engarrafamento, pois isso faz toda a diferença. Este foi engarrafado em 2004, o que significa que estagiou 44 anos em barrica, tendo evoluído, muito mais lentamente em garrafa nos últimos 8 anos. Perceberão, certamente, que seria muito diferente se tivesse estagiado 8 anos em barricas e 44 em garrafa, algo que até pode acontecer e é até bastante comum com esta casa em particular. Poderíamos até estar na presença, igualmente, de um belíssimo vinho, agora não teria a doçura e corpo que este apresentou. Disso, estou quase certo, porque certezas aqui eu nunca tenho. Contudo e apesar, sou capaz de apostar que estaríamos na presença de um vinho com vinagrinho e muito mais delgado e com a acidez a ser bem mais agressiva. Não que este não tivesse uma acidez alta, porque tinha, mas ela estava envolvida em doçura que a acidez ajudava a prolongar e com isso aumentava o nosso prazer. Primeiro lugar por unanimidade e aclamação com o nosso obrigado ao campeão, Rui Freitas, de seu nome.

Continuando então desta vez pela ordem de preferência, segue-se o Primus, que se apresenta como sendo o melhor branco da Quinta da Pellada do Senhor Álvaro de Castro, um dos mais inovadores, inquietos e respeitados produtores do Dão. Este segundo lugar ficou a dever-se e muito, na minha opinião, à estranheza que provoca quando se mete à boca este vinho que no nariz promete coisas suaves e doces. Puro engano! É mineral até dizer já chega, de tal maneira que quase podemos dizer que é um pouco amargo e foi isso que eu, pessoalmente penalizei. De qualquer modo o painel está de parabéns, pois este vinho acabou de receber 94 pontos da Wine Advocat do ultra famoso Robert Parker.

Em terceiro ficou o Riesling, vindo de Mosel, aquela que se tem mostrado como a região mais apetecível para mim e a mostrar, mais uma vez, o quanto este grupo os aprecia.

No quarto lugar, o primeiro dos dois tintos servidos. Ganhou o espanhol para surpresa de alguns, pois apesar de vir de uma região famosa, o Priorato, tinha como adversário, um dos ícones do Douro, o Duas Quintas Reserva. Sem apelo nem agravo como verão.

Aparece em quinto lugar um vinho que foi, pareceu-me, penalizado pela sua juventude, já que eu fui dos poucos a dar-lhe uma boa pontuação e apenas porque esperei a sua evolução no copo e onde se foi mostrando cada vez mais interessante e redondo, isto mesmo com o aumento gradual da temperatura. Falo, se ainda não perceberam, do branco da Borgonha, o Santenay.

Na posição seguinte vem o vinho que eu quis dar a conhecer aos meus companheiros de tertúlias, como também a vós, que com pachorra me ides lendo. Trata-se de um espumante que conheci há pouco tempo e que foi elaborado da forma que eu ando, faz tempo, a pedir aos produtores para fazer. É ainda por cima, um dos melhores que já provei usando esta técnica, que é dispendiosa para os produtores, eu sei, mas cujos resultados podem ser absolutamente ímpares. Que técnica é essa? Simples, basta deixar o vinho na garrafa a evoluir em contacto com as leveduras por muitos anos em vez de apenas alguns meses como faz a maioria. Este esteve mais de oito anos e apresenta por isso os aromas melados habituais, mas apresenta também uns deliciosos aromas e sabores a damasco seco e mesmo, com alguma imaginação, ao pêssego/alperce seco. Melhor ainda, é ser elaborado com aquela casta que me tem encantado na região, o Loureiro e só foi pena ter perdido alguma força, e creio que isso não é obrigatório acontecer, mas ainda assim um belo espumante que consegue uma classificação honrosa neste painel. Memorizem e experimentem: Solar de Merufe Grande Reserva 2003.

Em sétimo aparece aquele que foi, para mim, o pior vinho da prova e alegadamente é um vinho especial elaborado com uvas provenientes de regiões distintas, apesar de vizinhas, e com duas castas distintas, o Arinto de Bucelas e a Malvasia de Colares. É teoricamente um vinho para beber daqui a muitos anos, pois ambos têm fama de evoluir bem ao longo dos anos. A minha percepção, que pode obviamente estar errada, é exactamente a oposta. Achei o vinho cansado, com os sabores metálicos que me desagradam nos brancos velhos.

Em último lugar ficou o vinho do Sr. JORGE SILVA, um vinho que teria algumas pretensões e que o seleccionador teria provado e aprovado muito recentemente. Lamentamos tê-lo desiludido…

A próxima jornada está agendada para 3ª-feira, dia 24 de Janeiro e estão abertas as inscrições.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jantar Enogastronómico com Luís Pato

Caros amigos,

Era um desejo antigo que agora se vai tornar realidade, a vinda do Eng. Luís Pato para um jantar enogastronómico, com a vantagem extra de o fazer no meu restaurante. Sempre fui um fã de alguns dos vinhos Luís Pato e desta vez, fruto de uma visita à sua adega, tive a oportunidade de lhe dizer o que neste momento mais me fascina, os vinhos brancos e espumantes velhos e eis que ele me fez a vontade e nos vai permitir fazer durante o jantar duas mini-verticais, uma de brancos velhos e outra de tintos e isso explica, em parte, a escolha dos pratos escolhidos, pois para aguentarem três vinhos têm de ser substanciais. Esta possibilidade de poder experimentar o “mesmo” vinho em 3 colheitas sucessivas é sempre muito educativa e por vezes esclarecedora acerca da qualidade e estilo de vinho de um determinado produtor. A irreverência, a frontalidade e os vinhos do Luís Pato farão deste jantar um acontecimento imperdível e a comida será certamente o aliciante extra para que se inscreva imediatamente…

Welcome Drink

Espumante Luís Pato Baga 2003 + AM Rosé 2010

*

Wrap de salmão fumado e molho de iogurte

Espumante Vinha Formal 2011

**

Timbale de batata a murro, grelos, bacalhau e broa

Luís Pato Vinhas Velhas Branco 1995, 1996 e 1997

***

Coxa de pato confitada com puré de moiro e grelos

Luís Pato Vinhas Velhas Tinto 2003, 2004 e 2005

****

Panna cotta sakura com couli de frutos vermelhos

AM Tinto 2010 Magnum

Data: 26 Jan 2012 / 2 Fev 2012

Hora: 20h30

Preço: 30,00€

Inscrevam-se preferencialmente através do e-mail q.v.quovadis.2009@gmail.com

ou do tel. 22 404 90 27

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ivy League - O Dia XIX - A Crónica

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Cogumelos gratinados com queijo manchego em cima da pita

Vieiras com presunto de Parma e estufado de feijão-branco

Alcatra maronesa com molho de queijo azul e batata gratinada

Queijo da serra a dormir num bolo inglês e folhado amendoado com compota de marmelo

Comecemos, como habitualmente, pela apresentação dos jogadores, os seleccionadores e respectiva foto:

  • Raposeira Blanc de Noirs 2006 – Alexandre Braga (Jogador 1)
  • Menéres Porto Reserva 1877 – Luís Império (Jogador 1)
  • Vértice Super Reserva Millésime 2005 – Luís Império (Jogador 2)
  • Murganheira Pinot Blanc 2005 – Alexandre Braga (Jogador 2)
  • Deutz Rosé 2003 – Orlando Costa
  • Murganheira Vintage 2005 – Isabel Braga
  • Charles Ellner Millésime 1999 – Pedro Sousa
  • Taylor's Quinta das Vargellas Vintage 1986 – Hildérico Coutinho
  • Pol Roger Rosé 2002 – Miguel Braga
  • Quinta da Leda Vintage 1990 – Jorge Silva
  • Porto Menéres Old Tawny – Luís Império (Jogador 3)

Como poderão facilmente concluir, afinal ainda não foi desta que se deitaram abaixo as Marias Teresas por impossibilidade do maior fornecedor das ditas. Assim, fomos ao encontro da outra sugestão, a de fazer um jantar só com espumante e vinho do Porto, ambos muito apreciados e consumidos nas quadras natalícias e tão esquecidos o resto do ano, aliás o mesmo se passa com as boas acções que alguns só demonstram nestas alturas e de preferência à frente de uma câmara …

A ideia parecia-me boa, mas fosse por causa do número de vinhos, fosse pela mistura algo explosiva de borbulhas com um vinho de 20% de álcool, a tarefa acabou por se tornar hercúlea e levada a bom porto (estão a ver o trocadilho? Hem?) única e exclusivamente por estarmos na presença de campeões …

Ainda antes da entrada e na companhia de uns acepipes, deitamos abaixo o Raposeira, um belo espumante para o preço que apresenta, muito na linha de um Terras do Demo, acidez não muito alta e não muito bruto, um Bruto Suave como gosto de lhes chamar.

O excesso de Portos e a presença do queijo na entrada levou-nos a servir em simultâneo o centenário Menéres (11º lugar) e o Vértice 2005 (8º), sempre bom mas a ficar um pouco caro quando comparado com algumas novidades no mercado. O velhinho já só manquitava, apresentando aromas agradáveis mas quase só apresentava éter em vez de álcool perdendo com isso a força típica de qualquer vinho do Porto, por pior que seja (e há lá muitos …).

Com as vieiras, o melhor prato da noite, foram servidos 4 espumantes, dois nacionais e dois de Champagne. Venceram os franceses, mas com o Vintage da Murganheira (4º) a dar boa réplica e o Pinot Blanc (9º), que foi servido em primeiro lugar a mostrar-se muito agradável e só é pena não ser um pouco mais másculo. O Deutz Rosé (1º) já com 8 anos em cima apresentou-se muito bem fisicamente, com vida para dar e vender e sem a agressividade que muitas vezes a Deutz apresenta. Foi muito apreciado, mas para mim, mais ainda foi o senhor Charles, que com quase 13 anos se apresentou com sabores terciários notáveis e deliciosos. Já sem a vivacidade dos outros, mas compensando com as frutas secas e melados que apresentava. Sempre gostei muito desta marca e aqui está demonstrado o porquê, com um segundo lugar geral.

Para acompanhar a carne que vinha com um molho de um queijo azul para ir ao encontro da boa ligação que já observei entre o Stilton e um Vintage velho, tivemos o Porto Vintage de 86 (6º) e mais um champanhe rosé da marca preferida de Sir Winston Churchill (5º), que como de outras vezes me desiludiu um pouco. O Vintage, não sendo mau, longe disso, já não estava na sua melhor forma e disso se ressentiu no embate com a carne.

Com a sobremesa, que era um bocado hermafrodita, pois apresentava sabores que tanto poderiam ligar melhor com um Tawny como com um Ruby, apresentámos pois um Vintage de 90 e outro Menéres (3º) bem velhinho, mas desta feita sem possibilidade de datação, que se apresentou muito melhor que o seu irmão, ainda com força e com um vinagrinho agradável, alguma complexidade e um final de boca suave e prolongada qb. O Leda (7º) não foi nada do meu agrado, com notas vegetais que me incomodaram.

Como podem ver pela descrição, a vida não esteve fácil, mas como irão ver, nada que impeça estes valentes de se candidatar já à próxima jornada, que irá decorrer no dia 10. Candidaturas abertas a partir de agora e pode ser que seja desta que vamos ver as Teresas derrubadas na mesa.

IVA a 23%

Caros amigos e clientes,

Como bem devem saber, a taxa do IVA no sector da restauração foi agravada em 10 pontos percentuais, o que veio agravar as já difíceis condições com que todos nos defrontávamos. Estou no entanto ciente que essas dificuldades não são sou nossas e por isso não tenho coragem de transferir para os clientes todo esse aumento da carga fiscal. Decidi assim manter os preços de todas as comida e apenas aumentar o preço de algumas bebidas e em particular o vinho, pois é, de todas as bebidas que trabalhamos, aquela tem a menor margem de lucro, não podendo por isso absorver este aumento brutal. No entanto, creio que a maioria de vós não será assim tanto penalizada, pois em média, as garrafas dos vinhos mais consumidos serão apenas aumentadas em cerca de um euro e por conseguinte, o copo foi aumentado em cerca de 25 cêntimos. Parece-me aceitável e espero sinceramente que achem o mesmo e continuem a frequentar este nosso espaço que está a lutar para se manter à tona de água com a vossa ajuda.

Até breve,
Hildérico Coutinho