terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ivy League - O Dia XIX - A Crónica

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Cogumelos gratinados com queijo manchego em cima da pita

Vieiras com presunto de Parma e estufado de feijão-branco

Alcatra maronesa com molho de queijo azul e batata gratinada

Queijo da serra a dormir num bolo inglês e folhado amendoado com compota de marmelo

Comecemos, como habitualmente, pela apresentação dos jogadores, os seleccionadores e respectiva foto:

  • Raposeira Blanc de Noirs 2006 – Alexandre Braga (Jogador 1)
  • Menéres Porto Reserva 1877 – Luís Império (Jogador 1)
  • Vértice Super Reserva Millésime 2005 – Luís Império (Jogador 2)
  • Murganheira Pinot Blanc 2005 – Alexandre Braga (Jogador 2)
  • Deutz Rosé 2003 – Orlando Costa
  • Murganheira Vintage 2005 – Isabel Braga
  • Charles Ellner Millésime 1999 – Pedro Sousa
  • Taylor's Quinta das Vargellas Vintage 1986 – Hildérico Coutinho
  • Pol Roger Rosé 2002 – Miguel Braga
  • Quinta da Leda Vintage 1990 – Jorge Silva
  • Porto Menéres Old Tawny – Luís Império (Jogador 3)

Como poderão facilmente concluir, afinal ainda não foi desta que se deitaram abaixo as Marias Teresas por impossibilidade do maior fornecedor das ditas. Assim, fomos ao encontro da outra sugestão, a de fazer um jantar só com espumante e vinho do Porto, ambos muito apreciados e consumidos nas quadras natalícias e tão esquecidos o resto do ano, aliás o mesmo se passa com as boas acções que alguns só demonstram nestas alturas e de preferência à frente de uma câmara …

A ideia parecia-me boa, mas fosse por causa do número de vinhos, fosse pela mistura algo explosiva de borbulhas com um vinho de 20% de álcool, a tarefa acabou por se tornar hercúlea e levada a bom porto (estão a ver o trocadilho? Hem?) única e exclusivamente por estarmos na presença de campeões …

Ainda antes da entrada e na companhia de uns acepipes, deitamos abaixo o Raposeira, um belo espumante para o preço que apresenta, muito na linha de um Terras do Demo, acidez não muito alta e não muito bruto, um Bruto Suave como gosto de lhes chamar.

O excesso de Portos e a presença do queijo na entrada levou-nos a servir em simultâneo o centenário Menéres (11º lugar) e o Vértice 2005 (8º), sempre bom mas a ficar um pouco caro quando comparado com algumas novidades no mercado. O velhinho já só manquitava, apresentando aromas agradáveis mas quase só apresentava éter em vez de álcool perdendo com isso a força típica de qualquer vinho do Porto, por pior que seja (e há lá muitos …).

Com as vieiras, o melhor prato da noite, foram servidos 4 espumantes, dois nacionais e dois de Champagne. Venceram os franceses, mas com o Vintage da Murganheira (4º) a dar boa réplica e o Pinot Blanc (9º), que foi servido em primeiro lugar a mostrar-se muito agradável e só é pena não ser um pouco mais másculo. O Deutz Rosé (1º) já com 8 anos em cima apresentou-se muito bem fisicamente, com vida para dar e vender e sem a agressividade que muitas vezes a Deutz apresenta. Foi muito apreciado, mas para mim, mais ainda foi o senhor Charles, que com quase 13 anos se apresentou com sabores terciários notáveis e deliciosos. Já sem a vivacidade dos outros, mas compensando com as frutas secas e melados que apresentava. Sempre gostei muito desta marca e aqui está demonstrado o porquê, com um segundo lugar geral.

Para acompanhar a carne que vinha com um molho de um queijo azul para ir ao encontro da boa ligação que já observei entre o Stilton e um Vintage velho, tivemos o Porto Vintage de 86 (6º) e mais um champanhe rosé da marca preferida de Sir Winston Churchill (5º), que como de outras vezes me desiludiu um pouco. O Vintage, não sendo mau, longe disso, já não estava na sua melhor forma e disso se ressentiu no embate com a carne.

Com a sobremesa, que era um bocado hermafrodita, pois apresentava sabores que tanto poderiam ligar melhor com um Tawny como com um Ruby, apresentámos pois um Vintage de 90 e outro Menéres (3º) bem velhinho, mas desta feita sem possibilidade de datação, que se apresentou muito melhor que o seu irmão, ainda com força e com um vinagrinho agradável, alguma complexidade e um final de boca suave e prolongada qb. O Leda (7º) não foi nada do meu agrado, com notas vegetais que me incomodaram.

Como podem ver pela descrição, a vida não esteve fácil, mas como irão ver, nada que impeça estes valentes de se candidatar já à próxima jornada, que irá decorrer no dia 10. Candidaturas abertas a partir de agora e pode ser que seja desta que vamos ver as Teresas derrubadas na mesa.

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