quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jantar Enogastronómico com a Qta da Carregosa

Aí está mais um novo produtor deste mágico Douro, que faz surgir novos e belos coellhos da sua imensa cartola de cada vez que se mete a mão. Mais um que conheci acidentalmente que é, diga-se em abono da verdade, o que mais prazer me dá.
Elaboramos pois, mais um menu que esperamos vá de encontro aos vinhos desta quinta, que já produz uva à muito tempo, mas que tal como a maioria, vendia para as maiores empresas da região. Em boa hora o fez, como poderão testemunhar.

Welcome drink
Incantum Rosé 2010

Entrada

Tubo de queijo com doce de laranja amarga e sementes de linhaça
Incantum Branco 2010

Do mar
Polvo bebé assado em cama de polenta cremosa
Quinta da Carregosa Tinto 2008

Do campo
Barriga de porco cozida a baixa temperatura com cogumelos portobello
Quinta da Carregosa Reserva Tinto 2007

Sobremesa
Pudim de laranja com nata azeda
Porto tawny surpresa

Data: 28-Abr-2011
Hora: 20h30
Preço: 30,00€
Local: Quo Vadis?

terça-feira, 12 de abril de 2011

IVY LEAGUE - DIA 3 - A Crónica



Entrada
Camarão grelhado e marinado em menta e lima com guacamole

Prato do mar
Xarém de berbigão e coentros

Prato do campo
Cabrito ou cordeiro pascal
(dependerá do que se conseguir apanhar ...)

Sobremesa
Mil-folhas de chocolate com frutos vermelhos

A demora nesta crónica não se deveu à menor performance conseguida nesta jornada, mas a umas semanas hiper atarefadas. Os seleccionadores e os jogadores escolhidos para acompanharem o menu foram os abaixo descriminados pela ordem em que foram entrando em jogo:

Hildérico e Luís Maia - Jogador extra - Cava Puerta Palma (Extremadura)
João Romualdo -
Conceito Branco 2008 (Dão)
Isabel Braga - Trimbach Cuvée Frédéric Emile Riesling 2003 (Alsace)
Pedro Sousa - Conte Boccoli Amarone della Valpolicella 2004 (Valpolicella)
André Antunes - El Séque 2008 (Alicante)
Hildérico Coutinho - Marqués de Valdueza 2007 (Extremadura)
Luís Maia - Theodosius 2008 (Extremadura)
Alexandre Braga - Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2007 (Douro)
Patrícia - Niepoort Vintage Pisca 2007 (Douro - Porto)

Começámos esta jornada com um jogador extra que deve a sua presença, única e exclusivamente ao facto de ser um cava produzido pelo homem responsável por ter colocado Almendralejo no mapa dos Cavas, já que não é cava todo o espumante produzido na Espanha e dos poucos sítios fora da Catalunha onde ele é produzido, este é certamente onde ele é mais diferente e não necessariamente para melhor...
Seguiu-se o primeiro branco da noite e não se saiu mal, mas também não foi brilhante e serviu para ver, mais uma vez, como os produtores portugueses andam loucos com os preços dos bons vinhos brancos que vão fazendo, mas que ainda estão longe do que outros países fazem e o pior, sem se saber o que valerão estes vinhos daqui a uns anos. Sinceramente, vinte e tal euros por um vinho que ainda está a dar os primeiros passos é um exagero que infelizmente tem demasiados seguidores.
E nada como o branco seguinte, também de vinte e tal euros ou talvez um pouco mais, mas a mostrar de uma forma cristalina as minhas anteriores palavras, um Riesling com 8 anos com muitos mais pela frente, mas já a mostrar o porquê de esta casta ser tão do agrado dos enófilos com os tradicionais aromas a petróleo, mas também a mel e a fruta de caroço como o pêssego e mesmo alguma fruta tropical e depois na boca uma delícia que não mais acabava. Melhor branco e melhor vinho da noite. Bravo Isabel.
Os tintos tiveram uma ordem de serviço errada, mas eu compreendo o Paulo, que é quem nos serve e escolhe a ordem de serviço dos vinhos, pois este Amarone escondia o seu poder a quem apenas o provava de uma forma ligeira e sem ter tido a possibilidade de abrir e mostrar-se em todo o seu esplendor, de tal modo que foi considerado o melhor tinto da noite com 5 votos favoráveis. Pena ter sido logo o primeiro vinho a ser servido pois "matou" todos os outros. Apesar de não ser o vinho mais alcoólico da noite, pois o Vinha de Lordelo tinha 15,5%, os seus tradicionais 15% aliada a toda a fruta e doçura que vem das uvas passas com que este vinho é feito é de facto impactante. Muito bem, mais uma vez, Pedrito. Já começas a cansar!!!
Os espanhóis não destoaram mas também não ofuscaram. Bons sem brilhantismo.
Para o fim e para uma sobremesa que estava elaborada à medida de um bom Vintage novo, veio a desilusão de um vinho que não foi capaz de aguentar a comida e nem sequer de agradar quando a comida já se tinha ido. Que pena Patrícia, mas nós sabemos quem temos de castigar ...














terça-feira, 5 de abril de 2011

IVY LEAGUE - DIA 2

O segundo embate da liga das ligas teve os seguintes jogadores em campo e respectivos seleccionadores:
Brancos:
- Quinta de Pinhanços Altitude 2009 --- Miguel Braga
- Domaine de Chevalier 2002 --- Isabel Braga
- Pascal Jolivet La Grande Cuvée 2001 --- Orlando Costa
- Louis Latour Sous-le-Puits 2003 --- João Romualdo
- Jean Boillot Puligny-Montrachet 2001 --- Jorge Silva

Pretos:
- Vega Sicilia Valbuena 5ª 1996 --- Alexandre Braga
- Quinta de Cabriz Escolha 2003 --- Hildérico Coutinho

Suaves:
- Châteaux d'Arche-Lafaurie Cuvée Madame 2001 --- Pedro Sousa

Antes de começar convém realçar que estas provas são semi-cegas, isto é, sabemos quais são os jogadores mas não sabemos qual é o que está a jogar...
Para acompanhar uma espetadinha de vieiras que estava bem boa tivemos os dois primeiros brancos e se o primeiro não deslumbrou, não deixava no entanto, de apresentar boas características como a fruta ácida e uma bela mineralidade que ligava bem com o marisco. Já o segundo apresentava notas de baunilha e tostados absolutamente divinais. Pena não ter profundidade. A idade ainda não é um problema, algo que não se pode dizer do terceiro vinho em prova, completamente caído e assim arranjámos um Cristo para vergastar...
Os dois últimos brancos foram outra cantiga e foram os melhores da noite com destaque para o Jean Boillot que ganhou a prova por uns claros 6-2, muito por causa do impacto inicial que o vinho tem na boca com todas as notas tostadas da madeira a imporem a sua lei. Eu e a Isabel preferimos o Latour que tinha um menor ataque de boca, mas tinha uma profundidade muito superior com uma discretíssima presença de madeira. Está para durar e promete.
Nos pretos o espanhol levou a melhor, também por 6-2, sendo que já não sei quem votou em quem (não sejam assim, era só o 6º e 7º vinho em prova). O meu jogador, acerca do qual tinha muita curiosidade, quanto mais não seja pelo preço, não me encantou apesar de não desmerecer e o Vega mostrou uma característica que tenho encontrado em muitos vinhos velhos espanhóis, mas que aqui estava elevado à décima potência, a acidez. De tal modo que eu só pensava na lampreia que tinha comido há um mês feita pelo irmão do Chef. Que bem que tinha ido. Assim o coelho, que foi o melhor da noite, no que à comida diz respeito lá se foi aguentando como pode ...
Para a sobremesa, veio aquele que apesar de não ter opositores, foi considerado o MVP, um paradoxo delicioso, já que o vinho tinha uns aromas a caramelo, mel, damascos compotados, pêssego maduro e umas notas químicas que associei a iodo e lhe davam uma prova de boca com uma doçura, persistência e profundidade fantásticas.
Já sabíamos que 2001 tinha sido um ano deslumbrante em Sauternes e este vinho, de um produtor para mim desconhecido, vem comprovar isso mesmo. GRANDE FINAL.

IVY LEAGUE - DIA 1

Caros amigos,

A primeira jornada da Ivy League correu como previsto, ou seja, bem.
Bom ambiente, boa comida e como não podia deixar de ser, bons vinhos que alegraram a coisa e uma das provas cegas ainda deu para risota.

Eis a lista dos jogadores e respectivos seleccionadores:

Brancos:
Forster Jesuitengarten Pfalz Riesling 2004 - Isabel Braga
Clos Floridene Graves 2008 - Luís Maia
Qta das Bageiras Garrafeira 2002 Magnum - Orlando Costa
Vitoria indiscutível do alemão com 7 votos favoráveis.

Pretos:
Leo d'Honor 2003 - Jorge Silva
Black Pepper 2002 - Pedro Sousa
Mentor de Peter Lehman 1999 - Hildérico
Scala Coeli 2005 - Alexandre Braga
Vitoria do Mentor com 4 votos.

Fortes:
Vintage Qta da Foz 1996 da Calem com a curiosidade de ser um Touriga Nacional - Rui Freitas
Qta do Junco um Tawny engarrafado em 1947 - Raul Riba d'Ave

Um pequeno resumo da minha autoria e que obviamente não vincula ninguém:
Nos brancos a prova cega não levou a surpresas já que foram facilmente identificados com a particularidade de apesar de ainda não ter atingido o seu melhor, o Riesling é uma casta fantástica, levando claramente a melhor sobre os outros. 7 votos favoráveis e o outro voto foi para o francês. Adivinhem de quem ...
Nos tintos a coisa não foi tão fácil, e o castelão da Ermelinda Freitas deixou-me confundido e surpreendido, mas mais uma vez se mostra, que mesmo eu não sendo um fã da Cabernet Sauvignon, o Mentor com 59% desta casta e 12 anos em cima é outra loiça.
Nos fortificados, o Rui teve a melhor das intenções, trazendo um vinho que não existe no mercado por o IVDP não ter gostado nada da brincadeira de lançarem um vintage para o mercado a dizer que é um Touriga Nacional. Uma preciosidade por isso, mas foi só, porque neste momento o vinho está na idade da parvalheira. O último e 9º Vinho (Alto!! mas não eram só 8???) Fomos sim, este foi de um seleccionador ausente, a quem temos de agradecer porque foi um dos primeiros Porto Frasqueira que tive a oportunidade de beber e apesar de não ter ido a votacao mas para mim foi o MVP da jornada. Obrigadão Raul.