terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ivy League - O Dia XII


Casa do Valle Espumante Grande Reserva 2003 -- Jogador 1 do Hildérico Coutinho
Trimbach Cuvée des Seigneurs de Ribeaupierre Gewurztraminer 2001 -- Jogador 1 do Alexandre Braga
Trimbach Cuvée Frédéric Emile Riesling 2004 -- Jogador 2 do Alexandre Braga
Bétula 2009 -- Paulo Novais
Quinta do Vale Meão 2002 -- Isabel Braga
Quinta das Tecedeiras Reserva 2002 -- Jogador 2 do Hildérico Coutinho
Imperial Reserva 2001 -- João Crispim
Rosemount GSM 2003 -- Pedro Sousa
Messias Garrafeira 1985 -- Orlando Costa
Real Companhia Velha Vintage 1985 -- Luís Império



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Pudim de milho com legumes assados
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Xarém de berbigão com vieiras coradas
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Arroz de pombo-correio
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Maçã assada com zabaione de Xerez Pedro Ximenez

Preço por pessoa: 30,00€
Hora: 20h00
Data: 8-Set-2011

A CRÓNICA:
Depois de algumas sessões com muitos acertos, demasiados até, eis-nos de volta à nossa habitual falta de pontaria, se exceptuarmos o caloiro João que nos deu um capote inenarrável por sentirmos demasiada vergonha...
Brincadeira claro, mas comecemos pelo início e pelo meu jogador 1 que foi apresentado pela sempre presente sede dos comensais que não se calavam a pedir algo para beber. Bem tentei a água, mas a coisa não correu muito bem e lá tive eu de abrir um espumante novo na casa e no mercado apesar de ser de 2003. Este é o tipo de espumante que eu ando a pedir há que tempos aos produtores de espumante, em especial aos da Bairrada, onde me parece estar o melhor terroir para este tipo de "brincadeiras". De facto é uma pena que haja tão pouca gente a deixar repousar os seus espumantes na garrafa em contacto com os resíduos resultantes da segunda fermentação ocorrida na garrafa por alguns anos. São poucos os exemplos e normalmente um pouco caros e é por isso de saudar a família Sousa Botelho, produtora destes vinhos verdes, que não só tem a coragem de deixar o seu vinho a estagiar durante 80 meses antes de fazer o dégorgement e finalmente o colocar no mercado a preços sensatos. Não é um espumante fácil para a maioria dos consumidores por ter uma acidez e mineralidade elevadas que por sua vez potencia essa mesma acidez. Apresenta no entanto aqueles aromas que descobrimos habitualmente nos champanhes como é o caso do fermento, do pão fresco e de minerais como o granito molhado. Na boca apresenta-se firme com uma boa acidez e só é pena não ter um pouco mais de untuosidade e de corpo para envolver aquela mineralidade e acidez. (9º lugar)
O Gewürtz apresentou-se muito bem e apesar de não ter atingido o nível dos Paul Blanck bebidos numa outra jornada não ficou muito longe. Mais típico é difícil. (4º)
O Riesling que costuma ter nestas mesas muitos apreciadores ficou desta vez penalizado por estar ainda demasiado novo e os típicos aromas minerais e petrolados não estarem amparados pelos melados e mesmo algumas frutas maduras que aparecem em vinhos mais velhos com boas evoluções. (6º)
O Bétula foi uma surpresa agradável mas não conseguiu deixar ninguém de rastos. (8º)
A partir daqui começaram as verdadeiras provações, no que ao acertar no vinho diz respeito é claro, porque quanto ao prazer que a degustação me deu nem vale a pena falar mais que o que a seguir verão, pois farei as descrições do que senti e do porquê de só acertar num vinho:
O primeiro tinto apresentava aromas ligeiros a chocolate assim como algum mentol. Essas características levaram-me a pensar estar na presença do australiano, mas afinal era o Vale Meão... Em minha defesa vos digo que o nosso amigo PS conseguiu bebê-lo 4 vezes neste último mês e mais uma vez não o descobriu.
O segundo apresentava claros sinais de suor de cavalo, lavadinho é certo, mas não deixavca de ser suor. Em quem pensar? Tecedeiras? Podia e devia ter apostado nele, mas para mim seria mais natural que aparecesse no Rioja de 2001. Azar o meu que ainda por cima fui eu que o trouxe e me levou a fazer a notável performance de colocar os dois vinhos em 9º e 10º lugar. Cartão amarelo para mim!!
O terceiro foi um dos vinhos da prova conseguindo a medalha de bronze, apresentando-se completamente livre de couros e afins, com boa fruta e uma frescura notável além de um ainda muito agradável volume de boca. Parabéns ao caloiro JC que o trouxe que ainda por cima, talvez devido às iniciais do seu nome, conseguiu acertar nos vinhos todos. Saber ou crença? A descobrir em futuras jornadas.
O quarto tinto foi o vinho da noite, medalha de ouro, batendo mesmo o Porto, que habitualmente não deixa os créditos por mãos alheias. Ainda mais notável se souberem que este vinho custa cerca de 17 ou 18 euros na praça. Apresentou-se com belos aromas a frutas negras e algum chocolate além de ter ainda alguns aromas a terra e um belo volume de boca com boa persistência.
O último vinho a mim não me deixou dúvidas acerca do que estava a beber pela acidez alta e sabores acres a terra e azeitona preta. Um bom Bairrada e a mostrar o quão bem estes vinhos evoluem. (5º)
Para o fim ficou o Porto para acompanhar uma agradável sobremesa, da qual falarei a seguir. Apresentou-se já sem grande pujança mas longe de estar morto e tinha ainda muita fruta associado a aromas frescos como o eucalipto. Medalha de Prata.
A refeição correu de uma forma geral manifestamente bem, com uns belos legumes assados e um delicioso e cremoso pudim de milho, um xarém com belo sabor e ao qual apenas faltava um pouco de água para estar perfeito e um delicioso arroz de pombo ao qual apenas faltava mais pombo ... Alguns devem ter-se perdido pelo caminho!

Próxima jornada agendada para o dia 20 de Setembro.
Toca a inscreverem-se que só os primeiros têm lugar.

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